Faltando algumas horas até a taxa de 50% imposta pelos Estados Unidos nos produtos brasileiros, o governo federal corre contra o tempo para articular medidas diplomáticas e legais, enquanto o setor privado se mobiliza para mitigar os impactos da medida.
De acordo com José Pimenta, diretor de relações governamentais e comércio internacional da BMJ Consultores, a estratégia imediata envolve reforçar a presença do Brasil em fóruns multilaterais, especialmente na Organização Mundial do Comércio (OMC) e expandir o diálogo direto com autoridades e empresas americanas.
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A iniciativa brasileira para ativar a OMC é considerada um movimento simbólico e longo a longo prazo, mas necessário para marcar uma posição diante da crescente fragilidade do sistema comercial multilateral.
“É uma estratégia de pressão política e legal. Isso não terá efeito no curto prazo, mas reforça o compromisso do Brasil com as regras do comércio internacional”, disse Pimenta em entrevista à Conexão. Ele apontou que outros poderes, como a União Europeia e a China, também apresentaram queixas formais contra os EUA por medidas semelhantes.
Apesar da pressão internacional, a avaliação é que dificilmente haverá mudanças nas tarifas antes do prazo. “O tempo é curto e as expectativas são baixas. Mas o diálogo bilateral precisa continuar, com o protagonismo do setor produtivo brasileiro e uma presença mais estratégica em Washington”, disse ele. Pimenta também alertou sobre os riscos de politização da medida, especialmente em vista da tensão entre a Casa Branca e o cenário político brasileiro.
Do ponto de vista interno, o governo já sinalizou que pode adotar medidas de apoio aos exportadores afetados. O vice -presidente e o ministro do Desenvolvimento Geraldo Alckmin e o ministro das Finanças, Fernando Haddad, indicaram a possibilidade de programas específicos para compensar as perdas do setor. O objetivo, de acordo com Pimenta, é evitar retaliação direta e buscar soluções por meio de reequilíbrio comercial e diversificação dos mercados.
Com os Estados Unidos representando cerca de 6% das exportações do agronegócio brasileiro, os efeitos econômicos imediatos podem ser limitados em volume, mas significativos em setores específicos. Para Pepper, além de preservar as relações comerciais com os EUA, o Brasil deve acelerar a abertura de novos mercados para diluir o risco e reduzir a dependência de destinos específicos. “Quanto maior a capilaridade das exportações, menor o impacto de choques comerciais unilaterais como esse”, concluiu.
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