O aumento significativo do fluxo de turistas nos destinos europeus tem gerado uma onda de protestos sem precedentes em cidades como Veneza, Barcelona, Amsterdã e Florence. Moradores, comerciantes locais e associações civis foram às ruas para denunciar os impactos do So -chamado Overismo – O turismo excessivo que, segundo eles, transforma centros históricos em espaços destinados apenas aos visitantes, expulsar a população fixa e afetando a dinâmica urbana.
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O movimento ganha força em meio a dados que revelam o novo registro de presenças turísticas na Itália em 2024, com 458,4 milhões de hosts – um aumento de 2,5% em relação ao ano anterior.
O casamento de Jeff Bezos com a jornalista Lauren Sánchez na semana passada expôs o cansaço da população contra o ‘excesso de turismo’ que Veneza está enfrentando, no qual os moradores acusaram o fundador da Amazon a transformar a cidade italiana em “um cenário, um palco ou um parque de diversões”.
As cidades italianas são algumas das mais atingidas pelo fenômeno, com turistas estrangeiros representando 54,6% do total, superando o número de visitantes locais, que caíram 7,6% na chegada e 2,2% na presença, de acordo com a pesquisa do ISTAT.
A incompatibilidade entre o crescimento do turismo e as condições de vida da população tornou -se insustentável em lugares como Veneza, onde o transporte de barcos não encontra mais os moradores na chegada diária dos visitantes.
Andrea Pattaro/AFP
O comércio tradicional dá lugar às lojas de lembranças, e o próprio centro urbano perde sua função original. A cidade foi uma das primeiras a adotar medidas restritivas, como a regulamentação de aluguéis curtos.
Florence seguiu o mesmo caminho, proibindo esse tipo de locação em sua área histórica listada pela UNESCO. O Barcelona decidiu ir além e anunciou a extinção total desses aluguéis até 2028, até citando a dificuldade de habitar os trabalhadores e o colapso no transporte urbano.
O impacto econômico explica parte da hesitação das autoridades em adotar restrições mais difíceis. O turismo representa 5% do PIB e 6% da força de trabalho da Itália.
Na Espanha, essa dependência é ainda maior: o setor é responsável por 13% do trabalho e tem um peso decisivo no crescimento econômico. Reduzir o fluxo de visitantes pode afetar diretamente o emprego e as receitas de regiões inteiras.
Além da pressão econômica, as redes sociais desempenham um papel central na disseminação do fenômeno. A promessa de “viver como um lugar” atrai os viajantes para os mesmos pontos icônicos, aumentando mais um turismo de massa focado em fotos e postagens do que em experiências autênticas.
Esse comportamento acelera a gentrificação dos centros urbanos e leva os moradores a áreas periféricas, agravando a crise imobiliária e a descaracterização do espaço urbano original.
No meio das manifestações e medidas de emergência, a Europa tenta encontrar o equilíbrio entre preservar o turismo – vital para a economia de muitas nações – e garantir a qualidade de vida das populações locais.
O desafio está longe de ser uma solução definitiva, mas a crescente mobilização dos moradores sugere que novos regulamentos podem surgir em breve, moldando o futuro do turismo no continente.
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