O Brasil é um dos maiores produtores de suco de laranja do mundo, e as exportações para os Estados Unidos são estratégicos para o setor.
Em uma entrevista exclusiva com Times Brasil – CNBC licenciado exclusivoNesta segunda -feira (07), Ibiapaba Netto, diretor executivo da Citrusbr, comentou o impacto das novas políticas comerciais defendidas por Donald Trump no fluxo de exportação do produto brasileiro.
“Os Estados Unidos podem ficar sem suco de laranja no Brasil?” – Foi uma das perguntas feitas pelo relatório.
“Primeiro, o plano não é deixar os americanos sem o nosso suco. O mercado americano representa 37% das exportações brasileiras. Portanto, o Brasil não pode desistir desse mercado”, disse Netto.
Segundo ele, a indústria de sucos é altamente sofisticada, o que torna impossível substituir imediatamente um mercado do tamanho dos Estados Unidos.
“O que pode acontecer é um aumento no custo que afetará toda a cadeia de produção no Brasil. Isso é muito ruim, porque retira a competitividade de nosso produto, especialmente quando consideramos que o México aparentemente continua a desfrutar dos benefícios dos Estados Unidos e do contrato comercial do Canadá, com zero, enquanto estamos pagando quase 25% entre tarifas fixas e Ad Valorem”, explicou.
Para o executivo, o cenário é preocupante, mas o setor tem sido ativo com resiliência.
Sobre nós importando
Quando perguntado se o Brasil importa suco de laranja dos Estados Unidos, o Netto respondeu que, se houver importação, é absolutamente residual.
“Os EUA foram um dos maiores produtores de suco de laranja do mundo, incluindo incentivados essa indústria. Mas os pomares da Flórida foram afetados por uma doença chamada Greening. Nos últimos 15 anos, a produção caiu de 150 milhões para apenas 11 milhões de caixas. O Brasil tem sido um fornecedor essencial para manter o suco na mesa dos americanos”, acrescentou.
Segundo ele, essa dependência reforça o papel estratégico do Brasil na oferta global e contradiz qualquer alegação de que o produto brasileiro ameaça a produção local.
Alternativas ao mercado americano
Quando perguntado sobre quaisquer perdas no mercado dos EUA, por exemplo, se o Brasil não exportou 10% dos atuais 37%, a NETTO explicou que, como associação setorial, a Citrusbr não pode fazer previsões comerciais.
“Isso depende das negociações individuais entre as empresas e seus parceiros. O que podemos dizer é que uma taxa de 10% representa um aumento de cerca de 80% em custos alfandegários no mercado dos EUA”, afirmou ele.
Segundo ele, embora existam outros mercados, é praticamente impossível substituir os Estados Unidos no curto prazo.
“O que esperamos é que as medidas sejam tomadas para mitigar essa tarifa, porque, caso contrário, isso afetará toda a cadeia de produção no Brasil, especialmente com a diminuição da renda gerada por esse mercado”, concluiu.
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