Durante a cerimônia de inauguração da planta termoelétrica GNA II no porto de Açu, em São João da Barra (RJ) na segunda -feira (28), o presidente Luiz Inacio Lula da Silva fez críticas duras à posição do governo dos EUA diante da possibilidade de aplicar tarifas contra o Brasil. Ao lidar com o assunto, Lula reafirmou o compromisso do país com a diplomacia e o comércio internacional.
“Não queremos lutar, queremos negociar, queremos negociar”, disse o presidente.
O pronunciamento ocorre em meio a tensões comerciais entre os dois países. Segundo Lula, a atitude do governo dos EUA-especialmente dos aliados do presidente Donald Trump, seria uma “traição ao povo brasileiro”, propondo a tributação de até 50% sobre os produtos brasileiros.
“É triste que isso tenha acontecido. O relacionamento do Brasil com os Estados Unidos é muito sério. São 201 anos de relacionamento diplomático. Eu já me relacionei com Clinton, Bush, Obama, Hillary, Biden … sempre com respeito mútuo”, disse Lula, reforçando que as divergências devem ser tratadas com diálogo, não são medidas não unilaterais.
O Brasil expande a presença no comércio global
Lula também aproveitou a oportunidade para destacar os avanços da política de comércio exterior. Segundo o presidente, o Brasil abriu 398 novos mercados internacionais desde o início de seu mandato atual. A expectativa, segundo ele, é atingir a marca de 400 ainda este ano.
“O mercado aberto não é fácil. É muita carta, muito telefonema. Enviei uma carta para todo presidente. Se há uma coisa que ninguém me recebe, é com preguiça de conversar”, disse ele.
Postura diplomática e defesa da soberania
Comentando os setores tentados dos Estados Unidos de impor barreiras ao Brasil, Lula ficou enfática ao criticar o que chamou de “falta de patriotismo” por figuras políticas brasileiras que defendem os interesses estrangeiros.
“O cara estava em campanha embrulhado na bandeira nacional, disse ‘Brasil acima de tudo’ e agora se inclina para os interesses dos Estados Unidos. Isso é falta de caráter, patriotismo”, disse ele.
Apesar das críticas, o presidente reiterou que o Brasil ainda está aberto ao diálogo e à cooperação internacional. “Não temos litígios com ninguém. O último foi a Guerra do Paraguai e, no entanto, porque eles invadiram Corumbá. Queremos conversar, negociar e crescer com o mundo”.
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Lula defende o controle nacional sobre minerais críticos
Lula também afirmou que o Brasil precisa mapear e controlar as próprias riquezas do metrô diante do crescente interesse internacional em minerais estratégicos. O discurso ocorre em um momento de revalização geral das matérias-primas essenciais para a transição energética e a indústria tecnológica, como terras raras e outros chamados “minerais críticos”.
“Se eu nem conheço esse mineral e já é fundamental, vou deixar para outro? Essa é a nossa. Essa é uma pessoa chamada povo brasileiro”.
Lula disse que países como os Estados Unidos já manifestaram interesse em explorar esses recursos, inclusive no território brasileiro. Ele argumentou que o estado brasileiro desempenha um papel ativo na regulação da exploração mineral e anunciou a criação de um comitê especial para identificar os tipos de riquezas existentes no solo e no subsolo nacional.
Segundo o presidente, o país conhece apenas cerca de 30% do próprio potencial mineral. “Temos 70% de nossas riquezas que ainda não foram pesquisadas”, disse ele. A Comissão terá como objetivo estabelecer diretrizes para as empresas explorarem essas áreas apenas por meio de autorização do estado e sob condições de controle público. “O tempo que temos permissão para uma empresa, o que ela acha que não pode vender sem conversar com o governo”.
Transição energética e soberania
Ao abordar tópicos como biodiesel, hidrogênio verde e minerais estratégicos, Lula enfatizou que o Brasil tem condições naturais que o colocam em uma posição privilegiada na transição energética global. Para ele, é necessário garantir que esse potencial seja usado para o desenvolvimento interno, com geração de riqueza e soberania.
O presidente também zombou do conceito de “minerais críticos”, dizendo que, para grande parte da população, o termo ainda é desconhecido. “Tudo isso é novo. Se para um geólogo era uma coisa antiga, para nós, terra normal, tudo isso é novo.”
Educação Técnica e Qualificação
O discurso também abordou a expansão da rede federal de educação técnica. Lula apontou que seu governo era responsável pela maior expansão já feita de universidades e escolas técnicas do país. “Em 100 anos, eles fizeram 140 institutos. Nós, em menos de 15 anos, entregaremos 782 institutos federais em todo o país”.
Ele argumentou que a qualificação da juventude é um dos pilares para o desenvolvimento econômico e o aumento da competitividade brasileira em escala e qualidade. “É a qualificação de nosso povo que garantirá a competitividade do Brasil”.
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