A Micron anunciou nesta quarta-feira (3) que irá descontinuar as vendas de memórias voltadas ao consumidor final para redirecionar sua capacidade de produção para o mercado de inteligência artificial, que exige volumes crescentes de componentes de alto desempenho.
“O avanço da IA nos data centers aumentou significativamente a demanda por memória e armazenamento”, disse Sumit Sadana, diretor de negócios da empresa. Acrescentou que a decisão de encerrar a divisão de consumo da Crucial visa reforçar o apoio a grandes clientes em segmentos que crescem em ritmo mais acelerado.
A mudança é mais uma indicação de que a expansão global da infraestrutura de IA pressionou a cadeia de abastecimento e causou escassez de insumos críticos, como módulos de alta largura de banda. Muitas empresas anunciaram planos de investir centenas de bilhões de dólares para expandir data centers nos próximos anos.
As ações da Micron devem valorizar aproximadamente 175% em 2025, embora tenham caído 3% nesta quarta, fechando a US$ 232,25.
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GPUs de última geração – como os chips GB200 da Nvidia e o novo Ironwood TPU do Google – utilizam grandes volumes de memória avançada. O GB200 incorpora 192 GB por processador gráfico, enquanto o chip do Google requer a mesma capacidade. Computadores pessoais e celulares utilizam versões menos sofisticadas e em quantidades bem menores, geralmente entre 8 GB e 16 GB.
Crucial, marca de consumo da Micron, vendia módulos de memória e SSDs voltados principalmente para entusiastas que constroem PCs ou atualizam laptops. Agora, a empresa concentrará seus esforços nos segmentos corporativo e de cloud computing, nos quais vem experimentando forte expansão: no último trimestre, a unidade de memória em nuvem cresceu 213% em relação ao ano anterior.
A Micron concorre com a SK Hynix e a Samsung no fornecimento de memórias de alta largura de banda e é a única produtora com sede nos Estados Unidos. Analistas apontam que a SK Hynix lidera fornecimentos para a Nvidia, enquanto a Micron mantém um relacionamento estratégico com a AMD. O chip MI350 da AMD, por exemplo, usa 288 GB de memória HBM.
Analistas do Goldman Sachs elevaram o preço-alvo das ações da Micron nesta terça-feira (2) de US$ 180 para US$ 205, destacando que a continuidade do impulso dos preços no setor tende a superar as estimativas do mercado quando a fabricante divulgar seus resultados trimestrais nas próximas semanas.
A empresa não comentou se a saída da área de consumo poderá resultar em cortes de pessoal. Em nota, afirmou que pretende “minimizar impactos” oferecendo remanejamento interno para vagas já abertas.
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