Maioria dos países não sabe quanto gasta contra mudanças climáticas, diz TCU – Times Brasil

O Tribunal de Contas da União (TCU) apresentou nesta terça-feira (11) os resultados de uma auditoria global e inédita das políticas públicas de combate aos efeitos das mudanças climáticas. Foram 140 países que manifestaram interesse em participar no chamado “ClimateScanner”, incluindo os EUA e a China. Desse total, 103 países apresentaram informações através dos seus respectivos órgãos de controle.

Um dos indicadores centrais apresentados, com base nos dados já recebidos, é que nove em cada dez países não sabem quanto estão a gastar para combater as alterações climáticas. O documento aponta que sem esse monitoramento os governos não sabem se estão investindo na solução dos problemas mais críticos e não conseguem planejar gastos futuros.

“Se o órgão de controlo de cada país não for independente, não receberemos informação”, declarou o presidente do Tribunal de Contas, Vital do Rêgo, em conversa com jornalistas, ao avaliar que há 100% de fiabilidade no inquérito. A análise foi realizada com checagem via inteligência artificial.

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Ainda de acordo com os resultados, sete em cada dez governos têm planos de médio e longo prazo insuficientes para enfrentar os impactos das mudanças climáticas. Da mesma forma, quatro em cada dez países não têm planos eficazes de adaptação aos efeitos das alterações climáticas.

Outro indicador também destacou: metade dos países não tem clareza sobre como pretendem reduzir as emissões de gases que contribuem para o agravamento do clima. Além disso, sete em cada dez países não dispõem de mecanismos adequados para monitorizar o progresso em direcção aos objectivos climáticos.

O ClimateScanner foi desenvolvido pela Organização Internacional das Instituições Superiores de Controle (Intosai), sob liderança do Tribunal de Contas da União (TCU), que presidiu a entidade entre novembro de 2022 e outubro de 2025.

“Essa é a primeira grande entrega da COP. Passamos três anos nos reunindo, coletando dados. Fazendo uma série de reuniões, convergências. São 103 países. Se você se conectar agora ao site com as informações, você saberá o compromisso de cada país em três pilares: governança; finanças; políticas públicas e orçamento”, declarou Vital do Rêgo.

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Na lista geral de 140 países, há avanços para que, no futuro, os Estados Unidos e a China também apresentem os respectivos dados. O presidente do TCU disse que existe um relacionamento “muito bom” com os órgãos de controle desses países. Afirmou ainda que a auditoria global apresenta um retrato da realidade de cada país, que pode ser utilizado pelas respetivas populações.

“A sociedade terá acesso para exigir seus governantes em todas as esferas. O que eles fazem a partir desse retrato? Não é um retrato feito ao acaso ou sob julgamento. É um retrato metodológico. Ninguém pode discutir essa realidade”, declarou.

Em resumo, a auditoria global das políticas públicas em curso nos diferentes países confirmou que nenhum país está totalmente preparado para enfrentar as alterações climáticas. Aponta também para a falta de informação sobre quanto custarão as ações necessárias e como serão financiadas. Outra conclusão é que os orçamentos públicos não serão capazes de cobrir, isoladamente, tudo o que precisa de ser feito para a adaptação e a resiliência climática.

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