A morte do papa Francisco, anunciada na segunda -feira passada (21), trouxe o debate sobre seu legado ambiental e o impacto político de suas ações, especialmente em defesa da Amazônia. Francisco, o primeiro pontífice latino -americano, se destacou pela preocupação com o meio ambiente e a proposta de uma ecologia integral, um conceito que busca integrar a preservação ambiental em questões sociais.
Em 2019, o papa convocou o Sínodo da Amazônia, reunindo bispos de nove países da América do Sul, missionários, especialistas e líderes indígenas no Vaticano. A reunião, não publicada para a Igreja Católica, discutiu novas maneiras de ação eclesial na região e reforçou o compromisso com a proteção ambiental e os povos tradicionais.
A principal referência ao tema no Pontificado de Francisco foi o encíclico Laudato Si ‘, um documento publicado em 2015. Segundo Gustavo Macedo, professor de relações internacionais da IBMEC, o papa “foi o primeiro a falar sobre o meio ambiente explicitamente”. O professor apontou que, ao adotar o conceito de “casa comum”, a preservação ambiental associada a pontíficos com os princípios cristãos.
“O papa se traduz no vocabulário cristão a preocupação com a preservação ambiental e faz um pedido para os fiéis se posicionarem em defesa do meio ambiente”, disse Macedo em entrevista a Equipes reais, de Times Brasil – CNBC exclusivo licenciado.
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Repercussão entre líderes e setores conservadores
O desempenho de Francisco gerou reações diferentes. Segundo Maco, a posição do papa “era uma pedra no sapato de vários setores, porque ele começou a lidar com os temas que a igreja tradicionalmente evitava ou ignorava”. O professor observou que os setores conservadores da Igreja e da Sociedade criticaram o envolvimento do pontífice com a agenda ambiental, considerando o tema inadequado para a instituição religiosa.
Por outro lado, os líderes políticos e empresariais expressaram apoio à agenda ambiental proposta pelo papa. No Brasil, o professor citou o presidente Luiz Inacio Lula da Silva como um dos que abordaram essa visão. Macedo afirmou que o Brasil, com sua ampla população católica e uma forte presença da igreja nas camadas sociais, viu no papa um aliado para a política ambiental externa.
Crítica à política ambiental brasileira
Apesar do alinhamento discursivo, Maco enfatizou que o governo brasileiro, tanto na administração anterior quanto na atual, enfrenta dificuldades para cumprir as promessas feitas em defesa da Amazônia. O professor mencionou as críticas à organização da COP 30 e as iniciativas consideradas insuficientes para proteger o meio ambiente e os povos tradicionais.
“O governo de Lula prometeu muito, mas é incapaz de entregar tudo o que anunciou sobre a preservação da Amazônia e a proteção das comunidades de Riverside e indígenas”, disse Macedo.
Influência política no conclave
O professor também comentou a dinâmica política envolvida na escolha do próximo papa. Segundo ele, o conclave “é uma atividade política para a essência”. Macedo afirmou que há preocupação entre os cardeais sobre a influência dos líderes mundiais, como o ex -presidente dos EUA, Donald Trump, no processo de sucessão.
“Os cardeais não estão imunes às histórias, preconceitos e posições políticas que ocupam, incluindo o meio ambiente”, observou o professor. Ele enfatizou que Francis atualizou a igreja, aproximando -a dos debates contemporâneos e que uma possível tentativa de retornar a posições conservadoras enfrentaria resistência interna e externa.
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