A inflação do consumidor na Alemanha aumentou 2,2% em abril na comparação anual, de acordo com dados preliminares divulgados na quarta -feira (30). O resultado representa um leve retiro em comparação com os 2,3% observados em março, mas estava acima da expectativa do mercado, que projetou uma taxa de 2,1%, de acordo com a Reuters Survey.
O índice de preços harmonizados do consumidor, que permite comparações entre países da zona do euro, também apontou essa ligeira desaceleração. No entanto, a inflação subjacente – que exclui os preços de energia e alimentos, considerada mais volátil – acelerada, de 2,6% a 2,9% no período.
Outro destaque foi a inflação nos serviços, que avançaram de 3,5% para 3,9%, sinalizando pressões persistentes nesse segmento da economia. Por outro lado, os preços da energia foram fortes, recuando 5,4% na comparação anual.
Para o economista do Deutsche Bank, Sebastian Becker, apesar da aproximação da taxa geral de inflação da meta de 2% estabelecida pelo Banco Central Europeu (BCE), o resultado não é totalmente positivo. “A ligeira queda no índice geral ocorreu devido à redução nos preços da energia e dos alimentos. Já subjacente à inflação, sendo mais relevante para o BCE, voltou a voltar significativamente”, afirmou ele em comunicado.
Crescimento modesto
No mesmo dia, o Escritório Federal de Estatísticas da Alemanha (Desigis) anunciou que o produto interno bruto (PIB) do país cresceu 0,2% no primeiro trimestre de 2025, em comparação com os três meses anteriores, dentro da expectativa de analistas consultados pela Reuters. No último trimestre de 2024, a economia alemã diminuiu 0,2%.
Segundo Endratis, o desempenho foi impulsionado pelo aumento do consumo e investimentos das famílias, que excederam os níveis registrados no trimestre anterior. Mesmo assim, os analistas consideram o avanço insuficiente para reverter a estagnação prolongada da maior economia da Europa.
“Embora o resultado seja positivo, o ritmo de crescimento ainda é fraco demais para acabar com o período da economia alemã”, disse Carsten Brzeski, chefe global de macroeconomia do ING.
Desde 2023, o PIB alemão alternou entre crescimento e retração a cada trimestre, evitando por pouco uma recessão técnica – caracterizada por dois trimestres consecutivos de queda.
Desafios externos e internos
Entre os fatores que continuam pressionando a atividade econômica, a maior competição chinesa no setor automotivo, dificuldades no setor de construção e infraestrutura, altos custos, baixa disposição e barreiras burocráticas.
Além disso, as tensões comerciais com os Estados Unidos seguem no radar. As taxas impostas durante o governo de Donald Trump continuam afetando os setores estratégicos da Alemanha, como aço, alumínio e carros. Embora as taxas gerais de exportação dos EUA para os EUA tenham sido temporariamente reduzidas de 20% para 10%, as negociações seguem sem solução definitiva.
Na semana passada, o governo alemão revisou sua projeção de crescimento para 2025, prevendo a estagnação. O ministro da Economia, Robert Habeck, que está deixando o cargo, atribuiu o agravamento das estimativas principalmente às políticas comerciais de Trump e seus reflexos nas exportações alemãs.
Alívio fiscal no horizonte
Apesar do cenário desafiador, uma medida recente pode aliviar a economia. Este ano, a Alemanha flexionou a regra tributária conhecida como “freio de dívida”, permitindo um aumento nos gastos com defesa e a criação de um fundo de 500 bilhões de euros para investimentos em infraestrutura e projetos de transição climática.
Para Brzeski, a liberação desses recursos pode ajudar a economia a obter respiração no médio prazo. “O relatório do PIB de hoje mostra o que poderia ter acontecido se não fosse por nós, tarifas: uma economia que atinge os antecedentes do poço começa uma fraca recuperação cíclica, mas pode ganhar força com os estímulos fiscais anunciados”, disse ele. Segundo o analista, embora a recuperação ainda seja possível, o processo tende a ser mais longo devido a incertezas comerciais e geopolíticas.
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