As guerras tarifárias prejudicarão o comércio de tecnologias verdes, como painéis solares e veículos elétricos, e impedirá a luta contra a mudança climática, diz Ana Toni, CEO da Cop30 da ONU Conference Conference.
A COP30 será realizada em novembro na cidade amazônica de Belém, Brasil, onde Toni atua como secretário nacional de mudança climática.
Toni conversou com a AFP em uma reunião pré-cobre de países latino-americanos no Panamá. Aqui estão trechos da sua entrevista, editados para maior clareza e duração:
P: A Tarifa Impasse acaba com a imposição de maiores taxas de importação pelo presidente dos EUA, Donald Trump, danifica a luta contra as mudanças climáticas?
R: O comércio é um instrumento econômico muito importante e precisamos usá -lo para ajudar os países a mitigar ou se adaptar o mais rápido possível (aos efeitos das mudanças climáticas).
Muitos de nossos ônibus elétricos (na América Latina) vêm da China ou de outros continentes; portanto, esse é o bom (tecnologia) de baixo carbono que precisávamos promover e apoiar.
P: O que o plano de Trump de remover os Estados Unidos de Paris no clima de 2015 significa para o mundo?
R: O povo americano não está mais seguro porque seu presidente decidiu deixar o Acordo de Paris. Os latino -americanos não estão mais seguros porque o presidente Trump fez o que eles fizeram. Vimos o que aconteceu em Los Angeles – aquele fogo que destruiu tantas casas – e agora podemos ver o que eles estão passando.
Eu acho que eles (o governo dos EUA) se arrependerão, mas trabalharemos com instituições americanas e com o povo americano que desejam continuar a ação contra as mudanças climáticas.
A mudança climática é uma guerra … todos os dias, as pessoas morrem de superaquecimento, seca, inundação.
As moléculas de carbono não têm passaporte. Eles não entendem nossas diferenças geopolíticas. Não podemos dizer que esse carbono veio do Panamá, Brasil ou China.
Se não fizermos isso juntos, em um cenário multilateral … não seremos capazes de combater as mudanças climáticas.
P: Como a região pode se adaptar melhor às conseqüências do aquecimento global?
R: A América Latina não está esperando países ocidentais, ou países desenvolvidos, nos ajudará. Nossos líderes sabem que somos uma região muito vulnerável.
Portanto, precisamos fazer algo – contribuindo para a mitigação (reduzindo as emissões que causam aquecimento global) e trabalhando na adaptação (para efeitos que não podem mais ser evitados), pois muitos países já estão sofrendo.
Para todos os países da América Latina, reconhecemos e sabemos que somente adotando uma abordagem multilateral … seremos capazes de combater as mudanças climáticas.
P: O que os países latino -americanos estão fazendo para reduzir as emissões de carbono?
R: Apenas cinco países latino -americanos comunicaram seus novos objetivos a 2035 – os famosos NDCs (contribuições determinadas nacionalmente ou planos de ação climática do Acordo de Paris).
Portanto, esperamos que todos os países da América Latina cheguem à COP30 com suas contribuições nacionais, para dizer: “A América Latina está ciente de seus problemas, mas também faz parte da solução”.
É nessa região que temos abundância de recursos naturais, florestas e energia renovável, por isso fazemos parte da solução, mas precisamos fazer com que essa nova economia beneficie as pessoas e o planeta.
P: O que a América Latina precisa que isso aconteça?
R: A América Latina já lidera em muitas áreas. Por exemplo, no Brasil, estamos lutando contra o desmatamento (da Amazônia) junto com outros países.
Mas é verdade que precisamos de apoio, especialmente financeiro, para ver se podemos nos mover mais rapidamente em termos de transição energética. A questão do financiamento será um tópico muito importante para nós na COP30.
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