O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou neste sábado (18) que a guerra na Faixa de Gaza só terminará quando o grupo Hamas for desarmado e o território palestino estiver completamente desmilitarizado.
A declaração foi feita no mesmo dia em que o braço armado do Hamas, as Brigadas Ezzedine Al-Qassam, entregou os restos mortais de mais dois reféns, como parte do acordo de cessar-fogo mediado pelos EUA.
O Exército israelense disse que uma equipe da Cruz Vermelha recebeu os corpos e que os caixões estavam a caminho das forças de segurança em Gaza.
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A questão dos reféns mortos que ainda permanecem no território tornou-se um ponto de impasse na implementação da primeira fase do cessar-fogo. Israel condicionou a reabertura da passagem de Rafah — fronteira entre Gaza e Egipto — à recuperação dos corpos destes reféns.
Netanyahu disse que a conclusão da segunda fase do cessar-fogo é essencial para acabar com a guerra.
“A Fase B também envolve o desarmamento do Hamas e a desmilitarização da Faixa de Gaza. Quando isto for concluído com sucesso – esperançosamente de uma forma fácil, mas se não, de uma forma difícil – a guerra terminará”, declarou ele numa entrevista ao canal conservador israelita Canal 14.
O Hamas, por sua vez, resistiu à proposta e, desde a pausa nos combates, tentou reafirmar o seu controlo sobre a Faixa de Gaza.
Rafah Pass permanece fechado
Ao abrigo do acordo de cessar-fogo mediado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, o Hamas já libertou com vida 20 reféns, além dos corpos de nove israelitas e de um cidadão nepalês.
A entrega mais recente ocorreu na noite de sexta-feira (17). O corpo foi identificado por Israel como sendo o de Eliyahu Margalit, de 75 anos, morto durante o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023.
Em troca, Israel libertou quase 2.000 prisioneiros palestinos e entregou 135 corpos palestinos desde o início da trégua, em 10 de outubro.
O Hamas disse que precisava de tempo e assistência técnica para localizar e recuperar os corpos restantes, que se acreditava estarem sob os escombros de Gaza.
Segundo as Brigadas Al-Qassam, os dois corpos entregues este sábado foram “recuperados mais cedo”.
Netanyahu sugeriu que a reabertura da passagem de Rafah dependerá do retorno de todos os corpos dos reféns que ainda estão em Gaza.
A missão palestina no Cairo chegou a anunciar que o ponto de passagem poderia ser reaberto na próxima segunda-feira (20), mas apenas para palestinos residentes no Egito que desejassem retornar ao território. Pouco depois, o gabinete de Netanyahu informou que o primeiro-ministro ordenou que a passagem de Rafah permanecesse fechada até novo aviso.
“A reabertura será considerada à medida que o Hamas cumpre a sua parte na devolução dos reféns e dos corpos dos falecidos e na implementação do acordo alcançado”, refere o comunicado, referindo-se ao cessar-fogo em vigor há uma semana.
O Hamas alertou que o encerramento prolongado da passagem “causará atrasos significativos na recuperação e transferência de corpos”.
Destruição e ajuda humanitária
O encerramento da passagem também dificulta o trabalho do coordenador humanitário da ONU, Tom Fletcher, que visitou o norte de Gaza no sábado.
“Passei por aqui há sete ou oito meses, quando a maioria destes edifícios ainda estava de pé. Ver esta devastação – uma enorme área da cidade transformada em ruínas – é absolutamente chocante”, disse à AFP.
Fletcher disse que a ONU e as agências humanitárias enfrentarão uma “enorme carga de trabalho” nos próximos meses. Ele relatou ter encontrado moradores voltando para suas casas destruídas e tentando cavar latrinas entre os escombros.
“Eles me disseram que, acima de tudo, querem dignidade”, disse ele. “Temos um plano de 60 dias para distribuir alimentos, fornecer um milhão de refeições por dia, reconstruir o setor da saúde, montar tendas de inverno e devolver centenas de milhares de crianças às escolas.”
Apesar do encerramento da passagem de Rafah, centenas de camiões de ajuda humanitária continuam a entrar diariamente em Gaza através dos postos de controlo israelitas.
Mortes durante o cessar-fogo
Mesmo com a trégua, os incidentes violentos persistem.
A agência de defesa civil de Gaza, administrada pelo Hamas, informou no sábado que recuperou os corpos de nove palestinos – dois homens, três mulheres e quatro crianças – da família Shaaban, mortos depois que dois tanques israelenses dispararam contra um ônibus.
Outras duas pessoas morreram na explosão e seus corpos ainda não foram encontrados.
No hospital Al-Ahli, na cidade de Gaza, os corpos foram cobertos com mortalhas brancas enquanto os familiares choravam.
“Minha filha, seus filhos e seu marido; meu filho, seus filhos e sua esposa foram mortos. O que eles fizeram de errado?” perguntou Umm Mohammed Shaaban, avó das vítimas.
O Exército israelita afirmou ter disparado contra um veículo que se aproximava da chamada “linha amarela”, zona de onde as suas tropas se retiraram nos termos do cessar-fogo.
“As tropas dispararam tiros de advertência contra o veículo suspeito, mas este continuou a avançar de uma forma que representava uma ameaça iminente. As tropas abriram fogo para eliminar a ameaça, de acordo com o acordo alcançado”, disse o comunicado militar.
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