A guerra tarifária começou pelo presidente dos EUA, Donald Trump, anunciada em 2 de abril, está agora em um período de hiato – desde 12 de maio, os impostos mútuos entre Washington e Pequim foram reduzidos por um período de 90 dias e deixaram os três dígitos (entre 125% e 145%) para dois dígitos (entre 10% e 30%).
Para o Brasil, o pacote foi de 10%. A avaliação é que a China tende a fortalecer os espaços com o país. Na semana passada, o presidente Lula estava no país asiático, nosso maior parceiro comercial, e disse que o relacionamento segue “muito estratégico”.
Para mapear os riscos e oportunidades, a DC News conversou com cinco especialistas. Quatro deles concordaram em uma coisa: há oportunidades para o Brasil na nova configuração do comércio global, mas apenas diante de uma melhoria no ambiente de negócios e na economia.
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No campo dos benefícios, Claudio Felison, economista, professor da FIA Business School e presidente da IBevar, diz que a tarifa fará uma reconfiguração global que pode representar uma janela estratégica para o Brasil.
“Empresas [globais] Eles poderiam tirar proveito desse momento de realinhamento comercial para expandir suas operações, especialmente na América Latina ”, disse ele. Segundo ele, a política protecionista americana também pode incentivar empresas americanas, incluindo varejistas, a procurar bases em países alternativos, e o Brasil emergiria como uma possibilidade.
Também no campo do investimento, o professor diz que pode haver um efeito, incluindo apoio ao desenvolvimento brasileiro com capital estrangeiro. “Investimentos em portos e aeroportos, expandindo as capacidades para atender a novos corações de cadeias globais”.
O economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) Ulisses Gamboa também aposta que o Brasil pode se beneficiar. Além de fortalecer o relacionamento comercial com a China, haveria como tirar proveito do momento para fortalecer as relações com os países da União Europeia. “O volume de comércio deve aumentar muito”, disse ele.
Ele diz, no entanto, que um mercado americano mais isolado oferecerá produtos de todos os outros países que precisam de novos consumidores e aumentar a oferta de itens externos pode pressionar a cadeia nacional. “Para o produtor nacional, significa mais concorrência. Mas do ponto de vista do preço, pode trazer menos inflação”.
Oportunidades
Luciano Nabakashi, professor do Departamento de Economia da USP-Ribeirão Preto, diz que, à medida que essa reconfiguração acontecer, o efeito mais rápido para o Brasil estará em Agro. “A China acabará comprando mais do Brasil em produtos agrícolas em comparação com os Estados Unidos”, disse ele.
Ele também vê espaço para a melhoria da competitividade da indústria brasileira, que viria pela vantagem geográfica. “Temos o potencial de ser um parceiro importante em produtos fabricados”.
Para Nabakashi, além de estar perto dos EUA, o Brasil historicamente se coloca como um neutro nas tensões políticas mundiais. Nesse cenário, o país emerge como uma alternativa aos americanos para comprar produtos que hoje deixam principalmente a China.
“Mas é digno de nota, é algo que acontecerá com o tempo e somente se melhorarmos nossa economia”.
Da mesma forma, pensa em Alberto Serrenino, membro de vozes de varejo da Federação Nacional de Varejo (NRF) e parceira da Varesse Retail. Para ele, a tarifa mostra que o Brasil tem uma lição de casa muito importante: incessante buscando estabilidade e previsibilidade.
“Precisamos de uma agenda tributária responsável que nos permita diminuir a inflação e os juros e crescer com qualidade”, afirmou.
Serrentino diz que o Brasil é um mercado com custos de importação muito altos, operações logísticas pressionadas e dificuldade em estabelecer canais de distribuição. Esses problemas crônicos podem significar desperdício de oportunidade para o Brasil na guerra tarifária.
Nabakashi e Serrenino venceram os mesmos dois pontos. Por um lado, ajustar a casa na economia – o que não acontecerá com política fiscal ilegal, inflação fora da meta e registrará juros. Por outro lado, ajustando a casa em questões estruturais – que variam de insegurança legal a burocracia excessiva. Nabakashi diz que o país precisa criar condições comerciais mais atraentes para serem vistas como um bom substituto e receber investimentos que precisarão migrar da nacionalidade.
“Ainda temos muita burocracia, falta de infraestrutura, falta de pessoal qualificado, regras que mudam muito e a carga tributária é alta”, disse ele. E é um trabalho do governo abordar esses problemas para o Brasil ser notado.
Invasão
Em relação ao risco de uma invasão de produtos externos, especialmente os chineses, Nabakashi afirma que o primeiro passo é entender que a chegada de mais importada por si só não determina muito. Serrentino concorda e diz que ainda existem inúmeras barreiras comerciais que bloqueiam um volume de importação que torna inviável a indústria nacional.
“Não acredito em uma invasão. O Brasil é um mercado muito difícil de penetrar.” Altos custos de importação, logística e dificuldades no estabelecimento de canais de distribuição são uma barreira de entrada para empresas de fora.
“As empresas americanas, exceto na área do serviço de alimentação, não têm um histórico de boa penetração e presença no Brasil. E isso não deve mudar no curto prazo”.
Entre os especialistas ouviram, o mais reticente em relação aos possíveis ganhos brasileiros pela guerra tarifária é Vitoria Saddi. Gerente do país no Brasil da corretora australiana VT Markets, com bilhetes extensos para o JP Morgan, Salomon Brothers e Roubini Global, não há cenário em que a guerra tarifária possa ser positiva para o país, especialmente para o varejo brasileiro.
Segundo Saddi, há um constrangimento que pode jogar água em todos os planos de aproveitar a luta livre do braço entre os Estados Unidos e a China: a moeda da moeda chinesa. Isso tornaria os produtos asiáticos muito mais baratos e, consequentemente, mais atraentes. “Isso afetaria fortemente o varejo do Brasil”, disse ele.
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