Os bancos centrais da Ásia podem ter mais espaço para afrouxar a política monetária depois que o Federal Reserve reduziu a taxa básica em 0,25 ponto percentual na última quarta -feira (17) e sinalizou novos cortes à frente, enquanto a região enfrenta dificuldades no comércio e pressão nas moedas locais.
Com a decisão, o interesse do Fed foi de 4% a 4,25%. O presidente da instituição, Jerome Powell, classificou o movimento como um “corte de gerenciamento de riscos”, não como uma resposta a uma economia enfraquecida, acrescentando que outros dois cortes podem ocorrer ainda este ano.
Impactos na política monetária asiática
A medida também reduziu a diferença entre a renda dos valores mobiliários dos EUA e da Ásia, reduzindo as preocupações da taxa de câmbio e abrindo espaço para os países asiáticos – especialmente os mais vulneráveis internamente – ajustam suas taxas, disse Peiqian Liu, economista da Fidelity International.
“A tendência geral na região deve ser mais flexível”, disse Liu.
Alguns bancos asiáticos já haviam antecipado o Fed, tentando suavizar os efeitos das tarifas do governo Trump. O banco da Coréia do Sul reduziu as taxas de juros para o nível mais baixo em quase três anos em maio. O banco central australiano seguiu em agosto, levando a taxa ao piso de dois anos. Na Índia, o ponto de vista percentual de 0,5 em junho surpreendeu o mercado.
Ainda assim, as diferenças persistem entre os países, disse Liu, citando fatores como a inflação doméstica e o impacto residual da corrida de exportação antes que as tarifas dos EUA entrassem em vigor.
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Desempenho econômico e perspectivas
Economias dependentes de exportação, como Japão, Coréia do Sul e Cingapura, registraram expansão acima das expectativas no segundo trimestre, com Seul e Cingapura escapando por pouco de uma recessão técnica.
Vários bancos centrais asiáticos, incluindo a Coréia do Sul e a Índia, devem continuar a reduzir o interesse no quarto trimestre, de acordo com Betty Wang, economista -chefe da Oxford Economics.
“As preocupações anteriores sobre uma rápida desvalorização das moedas foram exageradas, e o dólar mais fraco abriu ainda mais espaço para cortes até o final do ano em meio a crescentes incerteza sobre o crescimento”, disse Wang.
Chi Lo, estrategista sênior da Ásia -Pacífico no gerenciamento de ativos do BNP Paribas, concorda e observa que as taxas reais permanecem acima da média histórica em grande parte da região, permitindo maior flexibilidade.
Índia em destaque
A Índia é uma exceção importante, apoiada pelo forte crescimento nos últimos dois trimestres impulsionados pelo consumo doméstico. Segundo Liu, o país deve priorizar a demanda doméstica diante do enfraquecimento externo e das tarifas mais altas dos EUA, preservando o espaço para estímulos mais monetários.
A inflação indiana subiu em agosto pela primeira vez em dez meses, atingindo 2,07% – ligeiramente acima do limite inferior da meta, de 2% a 6%. Para Liu, “há muito espaço” para novos cortes, se for necessário compensar a pressão negativa sobre o crescimento.
Comparação entre Fed e Ásia
Lo, do BNP Paribas, enfatizou que o Fed ainda está dividido entre o risco de desaceleração e o maior medo da inflação, o que limita a autoridade monetária americana a um “ciclo curto de cortes”.
Na Ásia, por outro lado, fundações mais favoráveis, como crescimento sustentado e baixa inflação, indicam um ciclo mais longo, especialmente com o dólar do outono.
China e Japão fora da tendência
Duas das maiores economias asiáticas, no entanto, destroem esse movimento: China e Japão.
No caso japonês, além de não cortar, o banco central discute o aumento das taxas de juros para normalizar a política. Os economistas prevêem estabilidade na reunião na sexta -feira (19), mas esperam novos máximos ainda este ano, pois a inflação excede a meta de 2% por mais de três anos.
A China também manteve a taxa de curto prazo em 1,4% na quinta -feira (18), logo após a decisão do Fed, buscando equilibrar estímulos com o risco de bolhas financeiras, como a registrada em 2015.
China desafia e perspectivas para Yuan
A economia chinesa mostrou perda de tirar o fôlego em agosto, com exportações e indicadores abaixo do esperado, como vendas no varejo e projeções frustrantes da produção industrial.
Espera -se que Yuan continue avaliado com a queda do dólar. “A preocupação da China não é evitar a desvalorização, mas para conter uma apreciação excessiva”, disse Tianchen Xu.
Yuan Offshore já acumulou alta de cerca de 3% até 2025, fechando a 7.1083 por dólar na quinta -feira (18). Os economistas se projetam até 7 por dólar até o final do ano, enquanto Pequim se concentra no combate à deflação e na manutenção do crescimento.
Mesmo assim, o corte do Fed abre uma margem para o popular banco da China, disse Xu, que fornece mais flexibilidade monetária no médio prazo, dados os desafios internos.
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