A China defendeu neste domingo (12) suas novas restrições à exportação de terras rarasclassificando-os como “legítimo” sob o direito internacional, em meio à escalada da disputa comercial com os Estados Unidos.
As medidas foram anunciadas no dia 9 de outubro pelo Ministério do Comércio Chinês e incluem não apenas minerais estratégicos, mas também tecnologias e propriedade intelectual ligada à sua extração e processamento. Segundo o governo chinês, o objetivo é “fortalecer o sistema de controlo das exportações” e “proteger a estabilidade regional” face a um ambiente global turbulento.
Impacto nas cadeias globais
Sob as novas regras, empresas estrangeiras precisarão de uma licença exportar produtos que contenham mais de 0,1% de terras raras chinesasou que tenham sido fabricados com tecnologia de extração, refino ou reciclagem no país. Solicitações vinculadas a usos militares serão automaticamente negadas.
Após o anúncio, o Câmara de Comércio da União Europeia na China relatou um acúmulo de pedidos de autorização pendentes e alertou que as novas restrições “aumentam a complexidade das cadeias de abastecimento globais” desses materiais.
A China é responsável por cerca de 70% da oferta mundial de terras raras, elementos essenciais na fabricação de chips, baterias, motores elétricos e equipamentos militares.
Reação dos Estados Unidos
Em resposta, o presidente Donald Trump anunciou, em 10 de outubro, 100% de taxas adicionais sobre todas as importações provenientes da China, de 1º de novembro“além de qualquer tarifa existente”. No mesmo dia, o governo norte-americano também anunciou que irá impor restrições à exportação de software crítico.
Trump afirmou na rede Truth Social que “não há forma de a China poder manter o mundo como refém” com a sua política de controlo de terras raras – uma declaração que fez cair os mercados globais, causando uma perda de US$ 2 trilhões em valor de mercado.
O Ministério do Comércio chinês reagiu no domingo, acusando Washington de “duplo padrão”lembrando que o Lista de verificação dos EUA cobre mais de 3.000 itens, enquanto o da China inclui menos de 1.000.
Escalada recíproca
Horas depois de reforçar os controles de exportação, Pequim anunciou que começará cobrar taxas de atracação para navios norte-americanos nos portos chineses a partir de 14 de outubro, uma medida que reflete o novo cobrança em navios chineses nos portos dos EUA, previsto para o mesmo dia.
A decisão foi classificada por Pequim como uma “ação defensiva passiva e necessária”.
De acordo com o Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS)os Estados Unidos representam apenas 0,1% da construção naval globalenquanto a China representa 53,3% do total.
Reunião em risco
As tensões aumentam poucos dias antes do possível encontro entre Trump e Xi Jinpingesperado que ocorra na última semana de outubrodurante o fórum de Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC)na cidade sul-coreana de Gyeongju.
Os dois líderes conversaram por telefone em 19 de setembro e, segundo Trump, concordaram em um encontro presencial. Pequim, porém, não confirmou oficialmente a agenda.
Na sexta-feira, o presidente dos EUA ameaçou cancelar a reunião após o anúncio de novas restrições chinesas.
Desde maio, os dois poderes vinham retomando rodadas de negociações comerciaisem Genebra, Londres e Madrid. Em Setembro, chegaram a um consenso preliminar sobre a desinvestimento do TikTok nos EUAmas não avançou com um acordo final.
A recente deterioração põe em dúvida a retoma do diálogo entre as duas maiores economias do mundo, que voltam a flertar com um novo capítulo da guerra comercial global.
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