A decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia em 2016 levou várias empresas a transferir operações para o continente europeu. Mas agora, quase uma década depois, uma nova onda de tarifas comerciais dos EUA pode reverter parte desse movimento.
O presidente dos EUA, Donald Trump, ameaça impor taxas de 30% aos produtos da União Europeia a partir de 1º de agosto, se um novo acordo comercial não for assinado. Segundo analistas, isso pode tornar o Reino Unido um destino mais atraente para as empresas europeias que exportam para os EUA.
“O Reino Unido pode vencer indiretamente”, disse Alex Altmann, sócio da consultoria de Lubbock Fine de Londres e vice -presidente da Câmara de Comércio Britânica na Alemanha.
“Se as tarifas dos EUA sobre produtos da UE forem 30%, tarifas britânicas muito mais baixas podem incentivar as empresas a transferir parte da produção para o Reino Unido ou expandir suas fábricas por lá”, acrescentou.
Com uma capacidade industrial ociosa desde o Brexit, o Reino Unido pode tentar retomar parte do papel que teve como seu centro industrial europeu. O país já tem um acordo com os EUA que reduz 10% de carros e garante tratamento preferencial na importação de aço. Além disso, o novo governo do Partido Trabalhista, liderado por Keir Strmer, renegociou um acordo com a UE que reduziu o atrito comercial.
Ainda ganhos incertos
A possibilidade de o Reino Unido se beneficiar do confronto comercial entre nós e a UE, no entanto, ainda é visto com cautela.
A tarifa americana de 30% ainda não foi confirmada e pode mudar até o prazo. Trump já ameaçou aplicar uma taxa de 50% e, ao mesmo tempo, considerar níveis mais baixos, como os 10% defendidos pela União Europeia.
Mesmo que as tarifas entrarem em vigor, os especialistas afirmam que qualquer mudança na estrutura de produção das empresas seria lenta.
“A transferência de fábricas da Europa para o Reino Unido levaria anos, talvez uma década”, disse Carsten Nickel, diretor da empresa de consultoria Teneo.
“Além disso, a força do Reino Unido está em serviços financeiros, não no setor de transformação, que se concentra mais em países como Alemanha e Itália”.
Segundo ele, o Reino Unido não tem vantagem comparativa no Estado -o -Ot -Art Manufacturing.
“A idéia de que uma empresa simplesmente moverá sua produção da Alemanha ou da Suíça para o Reino Unido não é realista a curto prazo”, disse Nickel.
Apesar do alívio com novos acordos comerciais, os impactos do Brexit ainda são sentidos na economia britânica. De acordo com o Escritório de Responsabilidade do Orçamento (OBR), as exportações e as importações do país devem ser 15% mais baixas a longo prazo, o que seria se o Reino Unido tivesse permanecido na UE. O PIB também estaria cerca de 5% abaixo do que poderia ter alcançado.
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