Os bolivianos vão às pesquisas no domingo (17) em meio à pior crise econômica em uma geração, marcada pela inflação anual próxima a 25%, escassez de dólares e combustíveis. O cenário pressiona os eleitores a escolher entre manter um modelo estadual ou apostar na virada liberal defendida pelos principais candidatos à direita para a presidência do país.
Ao todo, mais de 7,9 milhões de bolivianos são capazes de eleger o novo presidenteAlém do parlamento bicameral de 130 deputados e 36 senadores.
O resultado de hoje pode terminar quase duas décadas de hegemonia da esquerda do movimento para o socialismo (mas), o partido que governou o país desde a vitória de Evo Morales em 2005. Se nenhum candidato atingir a maioria absoluta, a segunda rodada está programada para 19 de outubro.
De vantagem à direita
As pesquisas apontam Jorge “Tuto” Quiroga, ex -presidente da Bolívia entre 2001 e 2002, e Samuel Doria Medina, empresário e ex -ministro do planejamento, como favoritos. Ambos parecem empatados em cerca de 20% das intenções de votação na última pesquisa divulgada.
Quiroga, que já foi ministro das Finanças e vice -presidente, propõe reduzir drasticamente os gastos públicos. Ele fala de “serra elétrica, facão e tesoura” para cortar despesas, em um discurso semelhante ao do presidente argentino Javier Milei. Também promete revisar alianças diplomáticas, manter a Bolívia como membro parceiro do BRICS por razões comerciais, mas se afastar da Venezuela, Cuba e Irã. Entre suas propostas, ainda está um acordo com o Chile e a Argentina para Exploração de lítio, recurso estratégico para transição de energia.
Medina, por sua vez, construiu uma fortuna nos setores de cimento, hotel e alimentos e se apresenta como moderada. Afirma que ele corrigirá o déficit tributáriohoje maior que 10% PIBem 100 dias de governo. Segundo ele, subsídios para combustíveis, que mantêm a gasolina em US $ 0,25 o litro, são insustentável.
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Dividido à esquerda
Do outro lado, a esquerda fica enfraquecida. O atual presidente Luis Arce desistiu de concorrer à reeleição no meio de baixa popularidade e deixou o campo progressivo sem liderança unificada.
Evo Moralesimpedido de aplicar, convocou seus apoiadores para Vote nuloaprofundando a rachadura interna de mas.
O ex -ministro Eduardo del Castillo, ligado à Arce, não decolou nas pesquisas. Andronics Rodríguez, presidente do Senado e ex -sindicalista Cocaleiro, aparece com cerca de 11%, mas enfrenta a resistência por quebrar com Morales, que o acusa de traição.
Para os analistas, a divisão esquerda abriu espaço para a direita disputar a segunda rodada de outubro.
Voto indefinido e rural
Apesar da vantagem da direita, a eleição ainda tem 23% dos votos indefinidosentre brancos, nulos e indecisos. Os pesquisadores alertam que o voto rural, historicamente difícil de medir, pode mudar o resultado.
Em 2020, por exemplo, Luis Arce surpreendeu por ser subestimado nas pesquisas.
A cientista política Alina Ribeiro, da USP, lembra que o eleitorado indeciso pode ser decisivo. “Nas eleições de 2020, o apoio da ARCE foi muito subterrâneo. Essa parte indecisa é fundamental para os resultados”, disse ele.
Fim do ciclo
Bolívia atinge essa reivindicação com sinais de exaustão do modelo implementado por Evo Morales. O nacionalização do gás natural nos anos 2000 sustentou mais de uma década de crescimento e financiado programas sociais que reduziram a extrema pobreza.
Mas o Falta de investimento lEvou uma queda repentina nas receitas de US $ 6,1 bilhões em 2013 para US $ 1,6 bilhão em 2024.
Dólares em dinheiro e com o lítio ainda subterrâneoO governo enfrenta protestos Por preço alto, longas filas para combustível e escassez de produtos básicos. Esse ambiente favorece as propostas de ruptura com o modelo atual.
A escolha deste domingo definirá a correlação política do país e o curso econômico de um dos maiores vizinhos do Brasil. Se a vantagem do direito for confirmada, a Bolívia deve começar 2026 uma fase de liberalização econômica, reduzindo o peso do estado e a abordagem mais próxima dos Estados Unidos e dos investidores internacionais.
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