A guerra comercial entre os Estados Unidos e a China continua a se intensificar, com a recente decisão do presidente Donald Trump de aumentar as taxas de produtos chineses. O aumento, que atingiu 125%, é outro movimento no contexto de uma disputa comercial que afeta não apenas as duas maiores economias do mundo, mas também outros países e comércio global em geral.
Em uma entrevista com Times Brasil – CNBC exclusivo licenciadoEvandro Carvalho, professor de direito internacional da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e da Universidade Federal de Fluminense (UFF), analisou as consequências dessa guerra comercial. Para ele, as ações do presidente Trump podem ser vistas como uma tentativa de proteger os interesses econômicos dos Estados Unidos, mas também refletem uma abordagem que não está alinhada com as práticas diplomáticas tradicionais. Ele disse que, embora a guerra comercial seja uma estratégia de negociação, as altas tarifas, especialmente as impostas à China, são incomuns em um contexto diplomático e podem ser prejudiciais a longo prazo.
Carvalho apontou que as tarifas não afetam apenas as relações com a China, mas também têm repercussões sobre os aliados históricos dos Estados Unidos, como os países da União Europeia. A ação de Trump foi descrita como uma tentativa de redefinir a posição dos Estados Unidos no comércio internacional, com o objetivo de limitar a ascensão da China como o maior poder econômico do mundo. Segundo o especialista, os Estados Unidos estão em um processo de “declínio” e a China está preparada para resistir a essa pressão, fortalecendo seu mercado doméstico e estimulando o consumo.
Além disso, Carvalho abordou os impactos econômicos dessas tarifas para os Estados Unidos. Ele disse que, embora os Estados Unidos possam observar um aumento no PIB de curto prazo, a distribuição desse crescimento será desigual, o que pode gerar insatisfação entre a população, especialmente entre a classe média baixa. O professor também alertou que os efeitos dessa política podem afetar severamente os negócios, especialmente os pequenos comerciantes, e que a estratégia de Trump pode não ser sustentável a longo prazo.
Ele também mencionou a política da “dupla circulação” adotada pela China, que visa fortalecer o mercado doméstico, reduzir a dependência das exportações e aumentar o consumo. Para Carvalho, a China está melhor preparada para enfrentar essa guerra comercial, pois sua economia é mais distribuída entre a população e tem um grande potencial de consumo interno, o que lhe confere maior resiliência. Por outro lado, os Estados Unidos, apesar de seu maior PIB per capita, enfrentam uma população com maior desigualdade econômica, o que pode limitar sua capacidade de recuperação.
Finalmente, Carvalho concluiu que, embora as ações de Trump possam gerar benefícios econômicos temporários para os Estados Unidos, a instabilidade criada por sua política externa pode ter efeitos negativos a longo prazo, não apenas para os Estados Unidos, mas também para o cenário global.
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