O interrupção global na Amazon Web Services (AWS) esta segunda-feira (20) provocou reação imediata no mercado de tecnologia e levantou preocupações entre especialistas sobre o dependência mundial de provedores de nuvem.
A instabilidade atingiu mais de 500 empresasincluindo bancos digitais, plataformas de pagamento, redes sociais, ferramentas de IA e jogos online.
Entre os serviços afetados estavam Snapchat, PayPal, Alexa, Fortnite e Robloxalém de Sistemas Pix e marketplaces no Brasil. O Amazônia relatou que equipes técnicas restabeleceram operação e que os primeiros sinais de recuperação já são perceptíveis.
Um alerta sobre riscos sistêmicos
Para o economista e doutor em Relações Internacionais Igor Lucenao episódio é um apagão cibernético que mostra como a infraestrutura digital global é vulnerável a falhas ou ataques.
“Um apagão cibernético ocorre quando a cadeia de infraestrutura é desativada – data centers, energia, cabos submarinos e equipamentos periféricos. Não se trata de algo defeituoso, mas de um ecossistema sujeito a riscos”, explica.
Lucena lembra que o ciberespaço tornou-se parte da segurança nacional e isso infraestruturas críticas como AWS são vistos como estratégicos pelos governos.
“Nações hostis já destruíram cabos submarinos e realizaram ataques hackers a servidores. A AWS, pelo seu tamanho e pela quantidade de serviços públicos e privados que abriga, é considerada infraestrutura essencial pelos EUA”, observa.
Ele ressalta que, embora seja impossível eliminar o risco, é possível reduzir impactos com redundância, investimento e treinamento.
“Servidores interligados e redes independentes ajudam a mitigar falhas. O grande desafio é garantir que, quando um sistema cair, outro entre em operação sem que tudo pare ao mesmo tempo.”
“Nossa infraestrutura digital se tornou uma cadeia interdependente”
Estrategista de Inovação e CEO da FWK, Eduardo Freiredestaca que o apagão da AWS reflete três fatores acumulados: explosão da procura, complexidade geopolítica e infraestruturas envelhecidas.
“Concentramos muita coisa no mesmo hub, e ele não foi projetado para a carga e complexidade atuais. A explosão da IA, do streaming e da autenticação em tempo real pressiona as redes.
Freire afirma que a infraestrutura digital global tornou-se uma cadeia interdependenteem que falha de cascatas de um nó.
“Quando uma nuvem falha, o impacto é sistêmico: os aplicativos param, os pagamentos congelam e as decisões de negócios são atrasadas devido à falta de dados. O custo invisível é enorme – equipes inteiras ficam presas em um blecaute operacional, em vez de inovar.”
Como se preparar para novos apagões
Para Freire, consumidores e empresas precisam aprenda a projetar para falhar.
“Para os usuários, o ideal é ter o plano B — outro mensageiro, mapas e tickets offline, autenticadores locais e algum dinheiro físico. Para as empresas, o segredo é distribuir cargas de trabalho, ter DNS redundantes e sistemas que se degradem sem excluir.
Lucena acrescenta que O avanço tecnológico deve ser acompanhado de investimentos e governança.
“Estes apagões podem e irão acontecer novamente. A chave é aprender com os erros e fortalecer o ecossistema digital global.”
Dependência crítica da nuvem
De acordo com o especialista em meios de pagamento Renato Cunhao impacto do colapso mostra que o mundo depende de poucas infra-estruturas para funcionar.
“Quando há uma falha desse porte, praticamente tudo para: bancos, jogos, aplicativos e até plataformas de pagamento. É um efeito em cadeia que afeta tanto consumidores quanto governos.”
Cunha orienta usuários a monitorar sites como Detector de queda e espere que os sistemas se estabilizem.
“Não é uma farsa, não é um vírus — é um apagão global na nuvem”, resume.
O episódio reforça o debate sobre resiliência tecnológica num mundo cada vez mais digitalizado e centralizado. Para especialistas, A questão não é se ocorrerão novos fracassos, mas quando – e como estaremos preparados para reagir.
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