A Associação Brasileira de Materiais de Construção (Abramat) anunciou em junho, Paulo Engler como seu novo CEO, substituindo Rodrigo Navarro. De acordo com a entidade, a nomeação de Engler representa uma nova fase, com foco no diálogo institucional e na melhoria da qualidade técnica. Para a DC News, Engler disse que o cenário do setor para 2026 ainda é incerto.
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“Acredito que, por três fatores: a discussão no Congresso Nacional, o Orçamento da União e a taxa selo”. Para o presidente, todo o mercado está ciente desses pontos e, por não resolver, é difícil prever como será o próximo ano. “O impasse com os EUA só contribuiu com essa tensão. Também precisamos de clareza em relação à criação de IOF”, disse ele.
Segundo o presidente, o maior desafio do setor para alavancar o segundo semestre é a macroeconomia. A entidade está se encontrando com os membros para entender como a tarifa pode afetar a área. Engler é advogado com mestrado em direito tributário da PUC-SP e experiência nos setores industrial e legal. Nos últimos anos, o executivo esteve no chefe de organizações como a Associação Brasileira de Higiene, Indústrias de Limpeza e Sanecents (ABIPLA), o Instituto Nacional de Desenvolvimento de Química (IDQ) e a Associação Latino -Americana de Indústrias Domissanitárias e Artigos Relacionados (ALLY).
Para 2025, a projeção do setor é um crescimento de 2,8%, de acordo com a análise da organização. Em 2024, o aumento foi de 5,5%, o primeiro resultado positivo desde 2021. Em junho, em comparação com o mês anterior, o índice Abramat revela que a receita das indústrias de materiais de construção aumentou 0,5%. Em relação a junho de 2024, o crescimento foi de 1,1%.
Na análise por categorias, o desempenho foi puxado pelos materiais básicos, que registraram 1,7% em comparação com junho do ano passado. Os materiais de acabamento expandiram 0,3% no mesmo período. Em frente a maio, o básico cresceu 1,1%, enquanto os produtos terminaram a estabilidade. “A expectativa de crescimento no ano demonstra a resiliência do setor, mesmo diante dos desafios macroeconômicos e cautela do mercado”, disse Engler. Confira a seguinte entrevista.
O plano de contingência de Haddad inclui linhas de suporte destinadas a empresas brasileiras, especialmente exportadores, com o objetivo de preservar a competitividade e mitigar os riscos da desaceleração setorial. “Nosso foco é impedir que esse aumento da taxa de gerar uma catástrofe em microeconomia”, disse ele. O tema continuará sendo tratado nas próximas reuniões entre os dois países.
Como tem o começo de sua administração?
Paulo Engler – Comecei em 1º de junho. Eu venho do setor químico, tenho experiência em associações, mas aqui é gigante. Temos uma enorme diversidade de materiais, com 22 setores. Abramat foi criado com precisão para ser uma junção de vários segmentos, ele se chama como setor interno. Estamos fortemente ligados à vida diária das pessoas, então o desafio é realmente impressionante.
Qual seria esse desafio?
Paulo Engler – acredito que eles são dois: precisamos de uma estratégia de comunicação vencedora e conformidade técnica nos produtos.
Qual é a estratégia para fazer isso?
Vamos precisar de vários atores juntos. O produto sem conformidade técnica está interrompendo o mercado. Precisamos fazer um diagnóstico: de onde vem, o que causa e como é. Uma vez feito isso, temos que conversar novamente, com o varejo, com o governo e até com outros atores, como as agências de certificação.
Quão importante é isso?
Paulo Engler – é imediato. Precisamos correr depois disso. Precisamos do melhor produto para estar disponível para as pessoas. Se o consumidor optar por comprar um produto muito diferente, que, por exemplo, não traz a qualidade mínima necessária, ele precisa ser informado disso. Não pode ser devido à falta de informações que as pessoas comprarão produtos de baixa qualidade. E assim também precisamos de uma comunicação forte.
Como sua experiência em outras associações pode ajudar no gerenciamento de Abramat?
Paulo Engler – para mobilizar o setor e como a entidade pode agregar valor ao membro. Não quero que Abramat seja apenas para representação institucional. Meu objetivo é sermos a casa da indústria da construção. Eu quero que aqui seja o lugar para a indústria falar sobre o que nos une. E, mais uma vez, destaquei a importância da comunicação entre nós e todos os públicos. Eu acredito que esta é a experiência que posso trazer.
É o maior desafio de sua carreira?
Paulo Engler – sem dúvida. O setor é muito grande. Estou realmente impressionado com o tamanho. Por mais que eu estudasse e pelo que já sabia quando era auditor, não tinha o tamanho de que todas as áreas juntas eram um setor tão grande e importante para a economia brasileira.
Aumentar o número de associados também está em seus planos?
Paulo Engler – Eu sempre planejo um aumento, precisamos de mais pessoas para tornar o debate franco e aberto. Uma representatividade robusta da indústria ajuda a definir nossas metas e estratégias. Este também é um enorme desafio, mas vamos correr depois. Acredito que, ao recebermos os dois pontos principais que eu disse, teremos mais fácil sobre esse assunto.
Qual é a principal reclamação do setor ao segundo semestre?
Paulo Engler – Há muita coisa acontecendo no Brasil. Por isso, esperamos que o interesse comece a cair. Não apenas para a construção ter respiração, mas para toda a indústria se mover. Se houver uma melhoria na lucratividade das famílias, agora renova sua própria casa e isso melhora o ambiente macroeconômico. Isso é essencial para que possamos ter um caminho. Precisamos reduzir as incertezas também, que foram agravadas com esta questão das tarifas dos EUA.
Sobre a possível sobretaxa dos Estados Unidos, o que a associação vê como a melhor saída?
Paulo Engler – Atualmente, estou consultando associados sobre quais operações de exportação e importação para os Estados Unidos devem ser afetados. Então, vamos saber o efeito em nosso grupo. Estamos fazendo esse movimento em parceria com a CNI (National Confederação da Indústria).
E como tem sido a interface com o poder público?
Paulo Engler – muito bom. Principalmente com o MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços). Participamos de vários grupos de debates lá, o diálogo que temos é muito importante. Isso nos dá a oportunidade de mostrar o poder público, além da importância do setor, as necessidades que temos que trabalhar. Somos uma locomotiva, acompanhamos vários outros setores acoplados. Portanto, esse relacionamento é fundamental, não há queixa. Pelo contrário, somos muito bem recebidos.
Na produção de informações de Abramat, você destaca algum indicador? Existe expectativa de novas pesquisas?
Paulo Engler – O termômetro Abramat é um dos poucos que informa as características de nosso setor. Ele traz principalmente a voz das empresas e isso estimula muito os associados. Também temos outros indicadores e devemos criar alguns novos para uma demanda interna de nossos membros, mas também de analistas econômicos e até da imprensa. Estamos focados aqui em propostas.
Qual é a importância do termômetro Abramat para associados?
Paulo Engler – Eles podem dizer o que estão pensando sobre o mercado, investimentos e desempenho, o que ajuda no planejamento do setor. Mesmo quando a empresa se associa, explicamos em detalhes a necessidade de participar do termômetro. Esse sentimento do empreendedor pesa sobre a indústria e tem reflexões. Temos vários produtos, em vários segmentos, uma variação otimista ou não entre eles é importante para essa perspectiva.
Falando em perspectiva, o que você espera dos resultados do setor este ano?
Paulo Engler – Até junho, podemos garantir que a expectativa de crescimento de 2,8% seja mantida. Estamos à vontade para dizer que chegaremos à nossa previsão que sim. E, sendo muito otimistas, podemos até passar um pouco, dependendo do cenário macroeconômico. Agora, para 2026, o cenário é incerto para três fatores: a discussão no Congresso Nacional, o Orçamento da União e a taxa seletiva. O impasse com os EUA apenas contribuiu com essa tensão. Também precisamos de clareza sobre a criação do IOF.
E qual seria o lema da sua administração?
Paulo Engler – Gostaria de destacar a qualidade técnica. Vamos nos comunicar com o consumidor final para que, quando você comprar um material de construção, entenda realmente o que está levando para casa. As pessoas precisam de bem-estar do local onde moram ou trabalham. Isso com conforto e segurança de um produto certificado e qualidade técnica. Vamos agir muito com isso desde agora, mas carregaremos essa bandeira por um longo tempo, acredito que sempre.
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