O anúncio de 50% de tarifas sobre produtos brasileiros, feitos pelo presidente Donald Trump, acendeu o aviso na indústria do Rio Grande do Sul. De acordo com a Federação Estadual de Indústrias (Fiergs), o impacto direto pode atingir cerca de 1.000 empresas exportadoras e mais de 145 mil empregos ligado à indústria de transformação.
Leia mais:
CEO da ABBC diz os setores de imprensa de tarifas e anunciam uma nova plataforma para antecipação de crédito
Luciano D’Andrea, gerente de relações internacionais da Fiergs, disse em entrevista para o Times Brasil – CNBC exclusivo licenciado que o estado é particularmente sensível à medida, devido à forte presença de fabricantes no mercado dos EUA.
“O Rio Grande do Sul é um estado industrializado e internacionalizado. Os Estados Unidos são o segundo maior destino de nossas exportações. Essa tarifa coloca em anos de risco de inserção nos mercados estratégicos”, disse ele.
Definido por setor: sapatos, aço e peças automáticas
Entre os setores mais expostos estão sapatos, madeira, papel e celulose, peças automáticas e tabaco. No caso da indústria siderúrgica, empresas como Gerdau – que têm operações nos Estados Unidos – podem sentir menos impacto, mas Fiergs avisa que os produtores que exportam diretamente do Brasil são mais vulneráveis. “A indústria siderúrgica brasileira já sofre de tarifas anteriores, e a expansão para 50% seria crítica”, disse D’Andrea.
O executivo também apontou que das 3.500 empresas exportadoras do Rio Grande do Sul, cerca de 1.000 vendem para os EUA. Essas empresas são responsáveis por empregar mais de 145.000 trabalhadores, equivalentes a 22% dos empregos industriais do estado.
A reação deve priorizar o diálogo
D’Andrea enfatizou que Fiergs defende uma resposta por estradas diplomáticas. A entidade aguarda reuniões com o Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) para alinhar um posicionamento unificado do setor. “Não recomendamos retaliação imediata. A prioridade deve ser o diálogo e a construção de uma solução negociada”, afirmou.
Segundo ele, alternativas como procurar novos mercados ou realocar a produção não são viáveis no curto prazo para produtos manufaturados. “No caso de commodities, há maior flexibilidade. Já sapatos, peças industriais e bens de consumo têm títulos com design, marca e assistência técnica, o que dificulta a mudança de destino”, explicou.
A lei de reciprocidade pode afetar as importações
Em um cenário de escalada tarifária, a possível aplicação da lei de reciprocidade econômica pelo Brasil também preocupa a indústria de gaúchos. D’Andrea lembrou que os Estados Unidos são o terceiro maior fornecedor de produtos para o estado, por trás da Argentina e da China, e que a maioria dessas importações são insumos produtivos – como máquinas, fertilizantes e derivados de petróleo.
No caso do Rio Grande do Sul, mais de 54% das importações no estado envolvem produtos petrolíferos refinados, especialmente a refinaria Alberto Pasqualini de Petrobras. “A retaliação generalizada pode gerar inflação de custos, prejudicar a cadeia de produção e os combustíveis de impacto e a energia”, alertou.
–
Onde assistir o maior canal de negócios do mundo no Brasil:
Canal 562 CLAROTV+ | Canal 562 céu | Canal 592 Vivo | Canal 187 Oi | Operadores regionais
Sinal aberto da TV: canal parabólico 562
Online: www.timesbrasil.com.br | YouTube
Canais rápidos: Samsung TV Plus, Canais LG, Canais TCL, Plutão TV, Roku, Soul TV, Zapping | Novos streamings