Os três principais bancos privados brasileiros expandiram suas carteiras de crédito no primeiro trimestre em comparação com 2024, mesmo em um cenário de juros mais alto.
O volume adicionado da Bradesco, Itaú e Santander atingiram R $ 2,8 trilhões, um aumento de 10,5% na comparação anual, com inadimplência sob controle. As instituições mantiveram projeções (orientações) para o ano.
No caso de Bradesco, uma revisão não foi descartada. O CEO do banco, Marcelo Noronha, disse que o “apetite mais moderado” ao qual ele se referiu no início deste ano permanece válido. “Mas ajustamos o modelo o tempo todo.”
Com lucro líquido de R $ 5,9 bilhões no primeiro trimestre (+39,3% no mesmo período de 2024), a Bradesco teve uma carteira de crédito de R $ 1 trilhão, um aumento de 2,4% no trimestre encerrado em dezembro e 12,9% na comparação anual. Segundo Noronha, o resultado indica que a carteira é “absolutamente controlada”.
O banco projeta crescimento anual entre 4% e 8% na carteira de crédito expandida, mas o executivo não descartou o segundo tempo. Ele avalia que o segundo e o terceiro trimestres concentrarão o pico da taxa de juros básica (Selic).
“Apesar de ver uma atividade desacelerando no segundo tempo, trabalhamos com uma perspectiva muito positiva”, disse o CEO ao divulgar os resultados. “Continuamos a apostar no crescimento gradual, passo a passo”. O crédito para indivíduos cresceu 16,2% em comparação com 2024, totalizando R $ 432,9 bilhões.
No caso de micro, pequenas e médias empresas (MPMES), o aumento foi de 29,6%, para R $ 222,5 bilhões. Segundo o banco, a carteira cresce “com segurança, refletindo nos custos de crédito inadimplente e controlado”.
A provisão para devedores duvidosos (PDD) foi de R $ 7,6 bilhões, -2,2% no mesmo período do ano passado. “Estamos rastreados em todos os segmentos de negócios”, disse Noronha. Ele vê a oportunidade de continuar crescendo em “carteiras em chamas”, como a folha de pagamento.
Itaú teve um lucro recorrente de R $ 11,1 bilhões, um aumento de 13,9% em 2024. O portfólio de crédito no Brasil foi de R $ 1,147 trilhão (um aumento de 12,3% no primeiro trimestre de 2024) – se incluir a operação na América Latina, excede R $ 1,4 trilhão.
Para os MPMES, o portfólio adicionou R $ 273,2 bilhões, crescimento de 14,7%. Para indivíduos, R $ 448,8 bilhões (+8,6%). A orientação foi mantida entre 4,5% e 8,5% de expansão este ano – comparada a 15,5% em 2024.
Segundo o CEO da Itaú, Milton Maluhy, o movimento macroeconômico já era esperado. “Quando fizemos as orientações de 2025, já consideramos o cenário de desaceleração do PIB”, disse ele. E o padrão segue domado. “Continuamos com atrasos [de 90 dias] Muito bem comportado, melhor da série em todas as linhas ”, disse Maluhy.
No caso dos indivíduos, o índice caiu para 3,6%, o mínimo histórico. Para pequenas e médias empresas, foram 1,8%. Segundo Maluhy, no entanto, ele retornará aos níveis observados nos trimestres anteriores, entre 2,3% e 2,5%.
O CEO da Itaú foi definido como “otimista cauteloso”. Ele lembrou que o país tem o nível de interesse mais alto nos últimos 19 anos, o que afeta a demanda e em um cenário local e global que requer cautela. “Ainda somos muito dedicados e focados em nosso gerenciamento de riscos de portfólio”, disse Maluhy.
Isso significa crescer no público que o banco considera “resiliente em ciclos mais longos” e perder a participação nos outros. A estratégia combina “gerenciamento de alocação de capital com visão de longo prazo”.
O Santander já registrou o lucro líquido de R $ 3,9 bilhões, crescimento anual de 27,8%. A carteira de crédito expandida totalizou R $ 682,3 bilhões (+4,3% em um ano antes), a um custo estável.
Desse valor, R $ 252,4 bilhões se referem a indivíduos (+2,3%) e R $ 78 bilhões, pequenas e médias empresas (+13,2%). A taxa de inadimplência acima de 90 dias variou de 3,2% a 3,3% – 4,3% para indivíduos e 1,9% para entidades jurídicas.
“Em crédito, continuamos focados em negócios estratégicos, sem perder de vista nossa forte disciplina na alocação de capital, focando em linhas de maior lucratividade e boa qualidade dos ativos”, afirmou o banco no relatório de resultados.
O resultado do PDD cresceu 5,7% na comparação anual e totalizou R $ 6,4 bilhões. Em parte, pelo efeito da resolução 4.966 do Conselho Monetário Nacional (CMN), que altera os conceitos contábeis e critérios em disposições de crédito.
De acordo com o CFO Gustavo Alejo, o tema está dentro da estratégia e previsões do Santander. “Porque queremos ter cada vez mais qualidade nas operações”, disse ele. Para o executivo, embora o cenário macro seja mais desafiador, eles estão confiantes sobre a qualidade dos portfólios.
“Com gerenciamento de riscos muito ativo, disciplina no treinamento de preços e rigor técnico na alocação de recursos”.
Na segunda -feira (12), a BTG divulgará seus resultados desde o primeiro trimestre.
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Juliana Colombo é uma jornalista especializada em economia e negócios. Ele trabalhou nas principais redações do país, como valor econômico, Forbes, Folha de S. Paulo e Rede Globo.