Em uma entrevista com Times Brasil – CNBC exclusivo licenciadoO economista -chefe da BV BV, Roberto Padovani, discutiu os impactos das políticas econômicas dos EUA, especialmente intervenções comerciais, e suas repercussões nos mercados globais, incluindo mercados emergentes como o Brasil.
Intervenções e incerteza dos EUA nos mercados globais
Padovani comentou sobre a intervenção do governo dos EUA em empresas, como exemplificado por ações recentes do governo de Trump que limitam as vendas de chips da Nvidia à China. Segundo o economista, os investidores procuram preocupação com esse tipo de ação, pois o foco da política externa americana está na China e os Estados Unidos usarão todos os instrumentos possíveis nesse confronto comercial.
Ele ressaltou que o cenário atual é caracterizado por um ambiente de imprevisibilidade, no qual é difícil antecipar os cenários, que, por sua vez, tornam os mercados instáveis e aumentam os prêmios de risco.
Esse clima de incerteza, de acordo com Padovani, implica um ambiente global de grande imprevisibilidade, que levou os investidores a adotar uma postura mais cautelosa, com os mercados reagindo negativamente às políticas mais protecionistas dos EUA. As palavras de Padovani destacaram a crescente preocupação com os desenvolvimentos do confronto econômico entre as duas maiores economias do mundo.
O dilema federal Reserva e seus efeitos nos mercados
O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, também foi objeto da conversa. Padovani comentou sobre o dilema enfrentado pelos diretores do Banco Central dos EUA, que agora precisam lidar com a possibilidade de estagflação – um cenário em que a economia diminui enquanto a inflação permanece alta. O economista apontou que, para os mercados, esse é o pior cenário possível, pois uma combinação de desaceleração na atividade econômica e pressão inflacionária cria um ambiente econômico desafiador.
Padovani explicou a posição do Fed, dizendo que “ainda não temos informações para fazer essa escolha”, referindo -se à decisão sobre a política de interesse. Segundo o economista, Powell e seus colegas disseram que, em dúvida, a solução será manter as taxas de juros, aguardando mais informações sobre os indicadores econômicos. Em sua análise, isso é um reflexo de um “ambiente de muita incerteza” que se estende ao mercado financeiro global.
Brasil e o impacto da política monetária do BC
Quando se trata da política monetária do Brasil, Padovani afirmou que, apesar da desaceleração global e da queda nas commodities, o Brasil ainda não enfrenta sinais claros de desaceleração econômica interna. “A economia brasileira é muito aquecida”, disse ele. Ele não vê sinais claros de que o Brasil está enfrentando um processo de desaceleração econômica influenciada por choques externos adversos.
Padovani observou que, no contexto atual, a inflação no Brasil continua a subir, o que mantém o banco central brasileiro com foco na inflação. “Embora a inflação atual esteja se acelerando, acho que o banco central terá que aumentar mais taxas de juros”, afirmou. Para ele, isso significa que a alta taxa de juros, já sinalizada em maio de 2025, provavelmente se estenderá até junho, sendo um último aumento.
O economista também alertou sobre os desafios fiscais do Brasil. Ele indicou que, embora o aumento das taxas de juros tenha o efeito de atrair o fluxo de capital para o país, o risco tributário e as incertezas globais, incluindo a desaceleração da economia mundial e a queda nos preços das commodities, complicam essa equação. “A impressão que temos é que o dólar tenha que andar muito mais alto do que baixo”, disse ele, destacando a pressão sobre o real.
Perspectivas para o dólar e o cenário global
Em relação ao dólar, Padovani apontou que o cenário global de desaceleração na economia mundial está pressionando o valor da moeda dos EUA. A combinação de altas taxas de juros nos EUA e a incerteza tributária no Brasil também contribui para um fortalecimento do dólar. “Sou mais conservador na leitura do interesse e, portanto, um dólar forte”, disse ele. Ele enfatizou que, por mais que o dólar tenha desvalorizado globalmente, isso ainda reflete uma estratégia mundial de preocupação para o crescimento, o que pode resultar em um dólar fraco, que, segundo Padovani, ajuda a moeda de emergência.
Perspectivas para Petrobras e Vale
No final da entrevista, Padovani também analisou os movimentos de ações de empresas brasileiras, como Petrobras e Vale. Ele observou que a Petrobras, uma empresa estadual, não segue o preço do petróleo em sua apreciação devido à desconfiança com a política de preços e a comunicação da empresa sobre a formação de preços. “Petrobras não seguiu porque a comunicação era no sentido de um desapego dos preços”, disse ele.
Em relação ao Vale da Mineração, Padovani apontou que a desaceleração na China e o impacto no mercado de metal afetaram negativamente as ações da empresa. “Os metálicos estão historicamente associados ao ciclo chinês”, disse Padovani, apontando que o aumento da desaceleração na China resulta em uma queda nos preços das matérias -primas, impactando empresas como a Vale.
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