Dia do Voluntário: Amigos do Bem revela estratégia para manter 11 mil voluntários engajados – Times Brasil

A Organização das Nações Unidas (ONU) designou o dia 5 de dezembro como o Dia Internacional do Voluntário. No Brasil, a ONG Amigos do Bem se destaca nessa mobilização, com o maior grupo de voluntários ativos do país, totalizando 11 mil pessoas que transformam vidas no Sertão Nordestino. O projeto começou em 1993 e atualmente tem operação 360, abrangendo desde segurança alimentar até educação e geração de renda.

O Tempo Real conversou com Caroline Albanese, vice-presidente de Comunicação, Marketing e Relações Institucionais da Amigos do Bem, que destacou a importância da data no programa Tempo Real. A comemoração do Dia Internacional do Voluntário acontece em uma semana especial para o terceiro setor, que inclui também o Dia da Doação (2 de dezembro).

Albanese disse ao programa que a ONG tem “muitos anos de experiência aprendendo como realmente transformar a vida das pessoas na região mais carente do Brasil, que é o Sertão Nordestino”. A instituição começou em 1993 com 20 amigos e, hoje, é o maior grupo de voluntários ativos do país, com 11 mil pessoas.

O vice-presidente afirmou que o nome “Amigos do Bem” é “muito assertivo” por se tratar de um projeto “movido por gente” e feito para “cuidar de gente”. A ONG acredita que “a miséria tem solução e que é possível mudar essa história com a ajuda de muitos amigos”.

Estratégia de retenção: propósito claro e liderança engajada

A ONG Amigos do Bem é frequentemente questionada por empresas com programas internos de voluntariado sobre como conseguem mobilizar e reter 11 mil voluntários, a maioria dos quais está no projeto há mais de 15 anos. Caroline Albanese detalhou a estratégia da instituição.

Albanese afirmou que a retenção não é apenas um movimento, mas sim lealdade a uma causa, sendo necessário ter um “propósito e objetivo muito claros compartilhados com as pessoas”. O exemplo de liderança é fundamental: a fundadora, Alcione Albanese (mãe de Caroline), é a primeira a chegar e a última a sair, mobilizando-se 24 horas por dia.

O vice-presidente destacou que a mobilização se baseia na comunicação clara sobre os desafios e metas, e na importância de “dar a conhecer o projeto às pessoas”. Ela detalhou que, ao falar do Sertão Nordestino, a ONG está se referindo a regiões com “IDHs inferiores aos de países da África, com IDHs muito baixos do nosso país”, o que muitos brasileiros não conhecem.

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Geração de renda no sertão

O projeto Amigos do Bem evoluiu de forma complexa para atender às necessidades básicas e estruturais das comunidades. Caroline Albanese explicou a abordagem abrangente da ONG.

O vice-presidente de Relações Institucionais disse que o projeto atende 12 dos 17 objetivos da ONU. O trabalho começou pela segurança alimentar e, hoje, distribui “quase 2 mil milhões de litros de água por ano a 300 aldeias do sertão”. Além disso, a ONG construiu “mais de 600 casas” e presta 200 mil serviços de saúde.

Albanese destacou que a principal frente para mudar a história das famílias é a educação e o trabalho. A ONG oferece educação para 10 mil crianças diariamente, com ônibus escolares para ensino regular e cursos profissionalizantes no período vespertino. Além disso, mantém 18 unidades produtivas para que homens e mulheres possam largar a enxada e ter dignidade.

Questionada sobre o perfil atual do voluntário, Caroline Albanese reconheceu que o maior desafio é a continuidade, tanto no voluntariado quanto na doação.

Albanese observou que, na sequência da pandemia, há uma maior procura de voluntariado e propósito, mas a retenção é um problema. Ela citou uma frase da mãe, a fundadora Alcione, para enfatizar o compromisso: “voluntário que não trabalha, dá trabalho”.

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