O dólar registrou nesta quarta-feira (3) a segunda sessão consecutiva de queda firme em relação ao real, em movimento alinhado ao comportamento da moeda americana no exterior. Os dados fracos do mercado de trabalho nos Estados Unidos reforçaram as apostas de que a Reserva Federal reduzirá as taxas de juro na próxima semana. Com mínima de R$ 5,2992 no início da tarde, o dólar à vista fechou em queda de 0,32%, a R$ 5,3133 —menor valor de fechamento desde 14 de novembro (R$ 5,2973). A moeda cai 0,40% nos três primeiros pregões de dezembro, após cair 0,85% em novembro. No ano acumulou desvalorização de 14,03%.
O economista-chefe da Análise Econômica, André Galhardo, observa que a dinâmica do câmbio brasileiro acompanha o ambiente externo favorável às moedas emergentes. Ele destaca, porém, que o quadro doméstico, com dados de atividade acima do esperado, também contribui para o desempenho do real. “Essa resiliência da atividade, vista nos números da indústria e do emprego, sugere um BC mais conservador e levanta dúvidas sobre o corte da Selic em janeiro”, diz Galhardo. Segundo ele, com a Selic mantida em 15% ao ano e as expectativas de inflação caindo, a taxa real de juros sobe, o que “atrai capital para cá”.
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O relatório da ADP divulgado pela manhã mostrou que o sector privado perdeu 32 mil empregos em Novembro, contrariando as expectativas, que apontavam para a criação de 40 mil postos de trabalho. As atenções agora se voltam para o índice de preços de gastos do consumidor (PCE) de agosto, que será divulgado na sexta-feira. A ferramenta de monitoramento do CME Group indica que as chances de o Fed anunciar um corte de 25 pontos-base na reunião do dia 10 são próximas de 90%.
Termômetro do desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, com destaque para o euro e o iene, o índice DXY operou em queda constante ao longo do dia e rompeu o piso dos 99 mil pontos, atingindo a mínima de 98.828. Entre os pares do real, destaque para o ganho de mais de 1% do peso colombiano. O peso chileno e o rand sul-africano também tiveram desempenho melhor que a moeda brasileira.
O economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Velloni, avalia que a surpresa negativa da ADP pode estar relacionada à paralisação do setor público americano, o que teria levado o setor privado a adotar uma postura mais cautelosa. “É difícil tomar uma decisão com números ‘contaminados’. Se o Fed for mais prudente, vai esperar um tempo para ter indicadores mais completos e fazer um corte de forma mais assertiva”, afirma.
No Brasil, o Banco Central informou que o fluxo cambial foi negativo em 4,130 mil milhões de dólares na semana passada (24 a 28 de Novembro), principalmente devido às saídas líquidas de 3,979 mil milhões de dólares no canal financeiro, que inclui remessas de lucros e dividendos. Em novembro, até o dia 28, o fluxo cambial fica negativo em US$ 7,115 bilhões. Em outubro, houve entrada líquida de US$ 4,659 bilhões. No ano, o saldo registrou déficit de US$ 19,799 bilhões.
Analistas ouvidos pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, avaliam que a perspectiva de aumento do diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos, com a Selic mantida em 15% ao ano pelo menos até janeiro, tende a mitigar a pressão sobre o real ao longo de dezembro, mesmo diante da intensificação das remessas de lucros e dividendos ao exterior.
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