Os principais leilões de arte de outono em Nova Iorque, agendados para a próxima semana, deverão ultrapassar 1,4 mil milhões de dólares, um aumento de 50% em relação ao ano passado. O resultado pode marcar uma virada no mercado, que enfrentou três anos de contração, segundo especialistas.
Sotheby’s, Christie’s e Phillips vão leiloar obras icónicas – desde um retrato de Gustav Klimt avaliado em 150 milhões de dólares até uma sanita de ouro maciço – num dos períodos mais aguardados do calendário artístico mundial. As vendas seguem desempenhos melhores que o esperado em Paris e Londres e poderão reforçar a confiança de compradores e vendedores.
Segundo concessionários e executivos, a recuperação é apoiada pela crescente procura, oferta de obras mais raras e um ambiente macroeconómico mais favorável, impulsionado pela queda das taxas de juro, valorização das ações e aumento significativo da riqueza no mercado público e privado.
“Temos visto uma procura muito forte ao longo do ano”, disse Charles Stewart, CEO da Sotheby’s. “O que mudou recentemente foi a oferta, que finalmente está acompanhando essa demanda.”
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Coleções Lauder e Pritzker são destaques
A Sotheby’s vai leiloar 55 obras da coleção de Leonard Lauder, avaliadas em mais de 400 milhões de dólares — incluindo o retrato “Elisabeth Lederer” de Klimt, avaliado em mais de 150 milhões de dólares, e duas paisagens do artista avaliadas entre 70 e 80 milhões de dólares. O leilão também inclui esculturas de Matisse e uma das versões de “Sonho de uma noite de verão”, de Edvard Munch.
A coleção dos bilionários Jay e Cindy Pritzker inclui 37 obras avaliadas em mais de US$ 120 milhões, incluindo uma natureza morta de Van Gogh estimada em mais de US$ 40 milhões.
Na Christie’s, as obras de alta demanda incluem “Nymphéas” de Monet e “Christopher Isherwood e Don Bachardy”, de David Hockney, ambas estimadas entre US$ 40 milhões e US$ 60 milhões. A casa também oferece “No. 31 (Yellow Stripe)” de Mark Rothko, avaliado em mais de US$ 50 milhões.
A mudança geracional cria dois mercados
A recuperação não elimina dúvidas sobre a sustentabilidade do sector. A saída gradual de colecionadores mais velhos — tradicionalmente focados em obras “troféus” — contrasta com a entrada de compradores mais jovens interessados em artistas emergentes e em obras mais acessíveis.
Esta mudança abriu dois mercados paralelos:
- O segmento multimilionário, em forte declínio.
- O vibrante mercado de obras abaixo de US$ 250 mil, cada vez mais impulsionado por jovens colecionadores.
De acordo com o relatório Art Market Update do Bank of America Private Bank:
- As vendas de obras acima de US$ 10 milhões caíram 44% no primeiro semestre e 72% em relação ao pico de 2022.
- Galerias com vendas abaixo de US$ 250 mil cresceram 17% em 2024.
“Muitos colecionadores das últimas décadas priorizam agora a sucessão e a transição, e não a acumulação”, disse Drew Watson, chefe de serviços de arte do Bank of America. “Ao mesmo tempo, vemos feiras lotadas de jovens compradores formando conexões diretas com artistas.”
“América”: o banheiro dourado que rouba a cena
Entre os itens mais comentados, a Sotheby’s vai leiloar “América”, o vaso sanitário em ouro maciço criado por Maurizio Cattelan — o mesmo artista responsável pela banana colada com fita adesiva, vendida por US$ 6,2 milhões.
A obra pesa cerca de 100 kg de ouro 18 quilates. Uma versão foi instalada no Guggenheim, gerando longas filas; outro foi roubado do Palácio de Blenheim e nunca mais recuperado. A versão à venda é de um colecionador particular — segundo o New York Times, o bilionário Steve Cohen é o proprietário.
Só o valor do ouro ultrapassa os 13 milhões de dólares, mas a Sotheby’s não divulgou uma estimativa formal. Para Stewart, é um “fenômeno cultural”.
“’América’ provoca discussões, interpretações e provocações, assim como aconteceu com ‘Comediante’”, disse o CEO. “É um trabalho que move as pessoas.”
Nem todos concordam. “É simplesmente um espetáculo”, disse o consultor Andrew Fabricant. “Não tem nada a ver com arte.”
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