O aumento da complexidade do sistema financeiro brasileiro e a entrada de novos players aumentaram os riscos de segurança digital no setor. É o que diz o especialista em segurança cibernética João Brasio, comentarista do Times Brasil, ao analisar o novo Relatório de Estabilidade Financeira divulgado pelo Banco Central, que aponta que os ataques cibernéticos dobraram em um ano.
Segundo Brasio, o ambiente financeiro reúne grandes empresas com estruturas de segurança maduras ao lado de startups recém-criadas, cenário que cria pontos de vulnerabilidade desiguais.
“O sistema financeiro é muito complexo e é composto por diversas entidades. Temos entidades grandes, antigas, que investem em segurança há muito tempo, e entidades menores, algumas startups, ou chamamos de fintechs”, disse. Para ele, a falta de maturidade dessas empresas aumenta a exposição do setor como um todo.
Leia mais:
O lucro do fornecedor da Nvidia Foxconn supera as expectativas com a demanda por IA
Oura, fabricante de anéis inteligentes, espera duplicar vendas pelo segundo ano consecutivo com receita de 2 mil milhões de dólares
Brasio compara o risco à fragilidade de uma estrutura coletiva. “Diria que é como dizer que temos um edifício altamente seguro, mas distribuímos a chave a diferentes pessoas e nem todas mantêm os mesmos hábitos, algumas guardam a chave em locais não muito seguros.”
A IA aumenta os riscos ao exigir grandes volumes de dados
O avanço acelerado da inteligência artificial no setor financeiro também exige atenção redobrada, afirma o especialista. “A experiência da inteligência artificial vem para revolucionar o segmento financeiro. Não só ele, mas também todos os outros”, afirmou.
Porém, ele alerta que a tecnologia traz novas faces de risco, principalmente pela necessidade de grandes bancos de dados para treinar modelos. “As empresas fornecem todos os dados possíveis para trazer os melhores insights, as melhores inovações. Mas isso acaba abrindo um flanco para os invasores.”
Brasio afirma que os criminosos têm explorado principalmente fraudes contra usuários e ataques sistêmicos capazes de paralisar as operações. “Fraude digital, certamente, engenharia social contra o próprio correntista”, pontuou. Segundo ele, a rapidez de sistemas como o Pix também beneficia os criminosos, que conseguem desviar fundos rapidamente e ocultar rastros.
Leia mais:
Inteligência artificial e desligamento ditam os rumos das bolsas de valores de Nova York
Google anuncia o seu “maior plano de investimento na Alemanha”, 5,5 mil milhões de euros até 2029
Ele também cita o avanço dos ataques de sequestro de dados. “Riscos mais sistêmicos, como ataques de sequestro digital, termo técnico ransomware. O invasor entra na empresa, criptografa esses dados, basicamente sequestra e para tudo até que a extorsão seja paga.”
O especialista afirma ainda que parte significativa dos ataques não atinge o público. “Não sabemos tudo. Muitos desses casos ou não são descobertos devido a evidências […] e outros casos que a instituição, infelizmente, detecta e prefere, por risco de exposição e reputação, não comentar”, explicou.
Brásio alerta que ataques contra meios de pagamento podem, em última análise, gerar amplos impactos no sistema financeiro nacional. “Imagine um ataque que provoque paralisia nas máquinas de cartão de crédito de um determinado banco, de uma determinada bandeira. Isso não só criaria o caos, mas também desacreditaria a população no nosso sistema financeiro. É um efeito cascata”, concluiu.
Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Céu | Canal 592 ao vivo | Canal 187 Olá | Operadores regionais
TV SINAL ABERTO: antena parabólica canal 562
ONLINE: www.timesbrasil.com.br | YouTube
Canais RÁPIDOS: Samsung TV Plus, canais LG, canais TCL, Pluto TV, Roku, Soul TV, Zapping | Novos fluxos