Governo anuncia dois leilões para garantir estabilidade elétrica e evitar apagões como o de terça-feira – Times Brasil

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou o plano do governo federal para a segurança energética nacional, após o apagão que atingiu todo o país na madrugada desta terça-feira (14) causado pelo incêndio em uma subestação no Paraná. Em entrevista ao programa “Bom dia, Ministro”, Silveira anunciou a intenção de realizar dois leilões ampliar a capacidade de resposta do Sistema Interligado Nacional (SIN).

1. Leilão de Reserva de Capacidade (LRCAP)

O Ministério de Minas e Energia deve lançar edital na próxima semana. O evento busca contratar mais energia para o sistema elétrico e é considerado crucial dado o crescimento acelerado das fontes renováveis ​​no país, especialmente a solar.

O O principal objetivo é fornecer uma resposta rápida nos horários de pico de demanda, quando as termelétricas são acionadas. O modelo é essencial para a segurança no planejamento do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), pois exige a chamada flexibilidade operacional das usinas contratadas.

O proposta de leilão abrange a contratação de diversas fontes termelétricas (gás natural, carvão e óleo combustível). Além disso, o processo competitivo deverá viabilizar projetos de expansão de hidrelétricas para contratos de fornecimento de energia de médio prazo.

Saiba mais:

Crescimento desordenado da energia solar e eólica pressiona o funcionamento do sistema elétrico

Incêndio em subestação no Paraná foi causa de apagão que atingiu todas as regiões do país

2. Leilão de baterias: “Guarde o Vento”

Silveira também revelou grande expectativa de lançar, em 2025, o primeiro concurso focado na contratação de baterias e sistemas de armazenamento de energia em grande escala. Essa tecnologia tem como objetivo “armazenar o vento”, prolongando a vida útil da energia gerada por fontes intermitentes, como eólica e solar.

O ministro citou uma frase de Dilma Rousseff, que em 2015 mencionou a necessidade de desenvolver tecnologia para “estocar vento”. Dilma, agora presidente do Banco BRICS, disse que o conceito provou ser uma das áreas vitais do setor.

• Objetivo do concurso: As baterias permitirão armazenar a produção intermitente dessas fontes, liberando energia elétrica em momentos de alta demanda e contribuindo para o equilíbrio do SIN.
• Aplicação prática: Segundo Silveira, será possível ter energia solar até mais tarde, por exemplo, “ter sol até às 22h” através do armazenamento.
• Demanda estimada: Na semana passada, o ministro sinalizou que o governo poderia exigir cerca de 2 gigawatts (GW) na contratação de baterias.

Desafios da Geração Intermitente

O O crescimento das energias renováveis ​​trouxe à tona o problema do excesso de geração de energia limpa em períodos de sol ou vento intenso. Este excedente pode levar a desafios operacionais, como a necessidade de reduzir ou encerrar a produção para evitar sobrecarregar a rede.

Silveira destacou que o armazenamento é um desafio global, com países como Portugal e Espanha enfrentando apagões de longo prazo devido à intermitência. No entanto, o O planejamento brasileiro, incluindo leilões, é pensado para prevenir esses problemas e evitar apagões resultantes de possíveis danos ao sistema.

Contexto de Segurança Energética

O ministro garantiu ainda que o país tem “condições completas e absolutas de segurança energética” para o ano, graças ao planeamento e ao regime de chuvas. Portanto, o governo não vê necessidade de discutir a volta do horário de verão neste horário.

Acompanhe o Times Brasil – Licenciado Exclusivo da CNBC no