A decisão do gigante asiático do comércio eletrônico Shein abrir sua primeira loja física permanente em Paris causou uma forte reação no setor da moda francesa.
Varejista instalará megaloja em novembro BHV Maraisedifício histórico localizado em frente ao Prefeitura de Parisinaugurado em 1856. O anúncio provocou protestos de marcas locais e gerou novas críticas ao modelo de negócios da empresa.
Algumas marcas francesas, como Linha de cosméticos Aimeanunciaram que deixarão a BHV após a confirmação da parceria. A cofundadora Mathilde Lacombe disse que ficou “profundamente chocada” com a decisão.
O Federação Francesa de Pronto-a-Vestir Feminino (FFPAPF) afirmou que a presença da Shein é um “revés” para o comércio local.
“Em frente à Câmara Municipal de Paris, será criada uma megaloja que, após destruir dezenas de marcas francesas, poderá inundar ainda mais o mercado com produtos descartáveis”, declarou a entidade.
Reações políticas e ambientais
Shein, fundada na China e atualmente sediada em Cingapuraé o alvo de críticas internacionais pelo seu impacto ambiental e pelas condições de trabalho em sua cadeia produtiva.
O Comissão Europeia investiga a empresa quanto a riscos ligados à venda de produtos ilegais. Em setembro, o Parlamento Europeu aprovou legislação para conter os efeitos ambientais do chamado “moda ultra-rápida”.
“O anúncio vai contra nossas convicções”, disse ele. Christophe Béchuex-ministro francês da Transição Ecológica.
Em resposta o presidente executivo da Shein Donald Tangdisse que a inauguração é uma homenagem à moda francesa.
“Escolher França para testar o retalho físico é uma forma de reconhecer a sua posição como capital da moda e celebrar o seu espírito criativo”, afirmou.
Repercussões comerciais
Além da loja no BHV Marais, a Shein planeja abrir unidades na Galeries Lafayette de Dijon, Reims, Grenoble, Angers e Limoges.
Todas as lojas são administradas pelo grupo Société des Grands Magasins (SGM)que pretende adquirir o edifício BHV Marais às Galeries Lafayette. Mas a negociação ficou abalada depois do Banco de Territóriosque financiaria parte da compra, retirou o apoio por “falta de confiança” após saber da parceria com a Shein pela imprensa.
A SGM atribuiu a decisão a “pressões políticas”, mas disse que manterá o plano de aquisições.
O Galerias Lafayettepor sua vez, declarou “profundo desacordo” com a abertura de lojas Shein.
“As práticas e o posicionamento desta marca estão em contradição com os nossos valores e a nossa oferta”, afirmou a empresa em comunicado.

Marcas de saída e atrasos nos pagamentos
Antes mesmo do anúncio de Shein, a BHV Marais já enfrentava abandono de marcas de luxo devido a atrasos nos pagamentos.
A SGM justificou os atrasos citando a implantação de um novo sistema automatizado e negou problemas de caixa, destacando que a BHV voltou a lucrar em 2024.
Ainda assim, existem vários espaços vazios e queda no movimento do shopping, que emprega cerca de 750 pessoas.
A marca francesa de roupas íntimas Le Slip Français entrou com a Justiça contra a SGM, alegando atraso no repasse de receitas.
“É um parceiro em quem não confiamos mais”, disse o fundador Guillaume Gibault. “O acordo com a Shein apenas confirmou que tomamos a decisão certa ao deixar o BHV Marais.”

Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Céu | Canal 592 ao vivo | Canal 187 Olá | Operadores regionais
TV SINAL ABERTO: antena parabólica canal 562
ONLINE: www.timesbrasil.com.br | YouTube
Canais RÁPIDOS: Samsung TV Plus, canais LG, canais TCL, Pluto TV, Roku, Soul TV, Zapping | Novos fluxos