O setor brasileiro de revestimentos de cerâmica projeta uma forte retração nas exportações devido à tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos. A medida, que pode entrar em vigor na sexta -feira (1º), é vista com preocupação com os empresários do setor, que mobilizam entidades e governos para tentar mitigar os efeitos da política comercial dos EUA.
“Teremos esse impacto, dentro de 2025, representando uma queda de 40%. Mas anualizada, esse efeito atinge 78%”, disse Sérgio Wuaden, presidente do Conselho de Administração da Anfacer (Associação Nacional de Fabricantes de Cerâmica de Cating Cating).
Em uma entrevista com Equipe realde Times Brasil – CNBC exclusivo licenciadoWuaden detalhou os impactos estimados. Segundo ele, na segunda metade de 2025, a redução será de cerca de 6 milhões de metros quadrados em volume exportado. Se a tarifa for mantida, o setor não poderá mais exportar 12 milhões de metros quadrados em um ano inteiro.
Os Estados Unidos são o principal destino das exportações de cerâmica brasileira. O tipo de produto mais exigido é composto de peças menores, que, de acordo com Wuaden, dificulta a adaptação a outros mercados. “Não há mercados alternativos com a mesma relevância em volume e especificidade”, disse ele.
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O setor articula o apoio
O setor de cerâmica está em diálogo com o governo federal e os governos estaduais. A intenção é permitir linhas de crédito de emergência para os fabricantes. Wuaden explicou que a Anfacer está conduzindo negócios para os estados onde as fábricas estão localizadas oferecem apoio financeiro. “Estamos procurando maneiras de sensibilizar o estado em que os fabricantes são instalados para oferecer alguma forma de compensação”, disse ele.
Questionado sobre a possibilidade de reverter a medida pelos Estados Unidos, Wuaden foi cauteloso. Ele disse que ainda há esforço por parte da entidade ter pelo menos um adiamento. No entanto, ele reconheceu que essa possibilidade perdeu força nos últimos dias. “Temos trabalhado cada vez mais com a alternativa de que isso não acontecerá agora”.
Viés político
O presidente da Anfacer considera que a medida dos EUA tem motivação política e não econômica. Segundo ele, os Estados Unidos mantêm o excedente com o Brasil no balanço comercial e no balanço de pagamentos. “Claramente, o que resta é um viés político, uma aposta em uma tentativa de mostrar força”, disse ele.
Wuaden comparou o caso brasileiro com a China, que conseguiu adiar tarifas semelhantes. Para ele, o Brasil não conseguiu estabelecer um canal de negociação eficaz. “Outros países que enviaram negociações acabam tendo melhores resultados do que aqueles que medem a força”.
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