O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, disse na segunda-feira que a comida não pode ser usada como uma arma de guerra, enquanto os líderes mundiais se reúnem em uma cúpula sobre segurança alimentar na África, onde 280 milhões de pessoas enfrentam fome e desnutrição.
A União Africana já pediu aos doadores dos países que aumentassem o apoio ao continente mais pobre do mundo, que sofre de pobreza, conflitos e impactos das mudanças climáticas.
“A fome alimenta a instabilidade e prejudica a paz. Nunca podemos aceitar a fome como uma arma de guerra”, disse Guterres durante a cúpula dos sistemas alimentares da ONU (UNFs), realizada na capital etíope Adis Abeba, para videoconferência.
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“As mudanças climáticas estão prejudicando as colheitas, as cadeias de suprimentos e dificultando a ajuda humanitária”, disse ele.
“Os conflitos continuam a espalhar a fome, de Gaza ao Sudão e além”, alertou Guterres, em meio à grave crise em Gaza, onde mais de dois milhões de pessoas enfrentam o risco de fome e desnutrição.
A Organização Mundial da Saúde alertou que a desnutrição em territórios palestinos ocupados atingiu “níveis alarmantes” desde que Israel impôs um bloqueio total na faixa de Gaza em 2 de março.
Até o final de maio, foi permitida uma quantidade mínima de ajuda, mas mais de 100 ONGs alertaram que a “fome em massa” está se espalhando pelo território sitiado.
Milhões de fome passando
A cúpula acontece em meio a cortes na ajuda dos Estados Unidos e de outros países ocidentais, prejudicando severamente grande parte do mundo em desenvolvimento.
Mahmoud Ali Youssouf, chefe do Comitê Executivo da União Africana, disse que a insegurança alimentar está crescendo em toda a África, culpando “eventos climáticos extremos, conflitos e crises econômicas”.
“Nesse momento, tão delicado, quantas crianças e mães no continente vão dormir com fome?” Ele perguntou. “Milhões, com certeza. A gravidade da situação é inegável.”
O Youssouf afirmou que mais de 280 milhões de africanos estão desnutridos: “quase 3,4 milhões … estão à beira da fome”.
Segundo ele, cerca de 10 milhões de pessoas foram forçadas a deixar suas casas por causa de seca, inundações e ciclones.
Apelação para investimentos em agricultura e financiamento de soluções africanas
O Youssouf pediu aos países membros da União Africana que alocassem 10% de seu produto interno bruto à agricultura para ajudar a construir uma “resiliência nutricional”.
“Mas não podíamos fazer isso sozinho. Pedimos aos nossos parceiros que cumpram seus compromissos para financiar e apoiar soluções africanas”, acrescentou.
A crise humanitária no Sudão agrava a fome e o deslocamento
O Sudão é “a maior catástrofe humanitária enfrentada pelo mundo hoje e, ao mesmo tempo, a mais esquecida”, disse Othman Belbeisi, diretor regional da Agência de Migração da ONU (OIM), em entrevista coletiva na semana passada.
Desde abril de 2023, o Sudão está imerso em uma disputa de poder entre o chefe do exército Abdel Fattah al-Burhan e Mohamed Hamdan Daglo, um rápido comandante das forças de apoio, uma milícia rival.
A luta já matou dezenas de milhares e forçou mais de sete milhões a deixar suas casas.
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