O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou um intervalo de 90 dias nas taxas impostas aos produtos chineses depois de escalar tensões comerciais entre os dois países. A medida busca suavizar o impacto da guerra tarifária e dar mais tempo às negociações, mas o cenário econômico permanece tenso, com investidores e analistas atentos aos próximos passos do governo dos EUA.
Em uma entrevista exclusiva com Times Brasil JournalRoberto Giannetti da Fonseca, economista e ex -secretário da Câmara de Comércio Exterior do governo federal, comentou sobre a situação atual. Segundo Giannetti, o intervalo foi na verdade um retiro de Trump. Ele afirmou que o presidente dos Estados Unidos percebeu que estava indo longe demais com as taxas e reconheceu que a reação interna era um fator determinante para essa decisão. “Ele percebeu que estava indo longe demais.
A reação interna mesmo dos Estados Unidos é muito forte. Foi uma reação popular muito grande, com demonstrações muito sérias e discursos de pessoas irritadas com o que está acontecendo ”, disse ele.
Giannetti também apontou que a tensão com a China está longe de ser resolvida. Ele explicou que a China não cederá facilmente e tem alternativas para enfrentar a guerra comercial, como fortalecer o mercado doméstico. “Quem não sabe que a China acha que a China capitulará este dia, mas não será. O chinês é resiliente e está muito preparado para essa guerra comercial”, disse o economista, indicando que os Estados Unidos têm mais a perder no confronto.
O economista fez uma análise crítica da postura de Trump no cenário global. “Acho que está claro neste jogo que os Estados Unidos estão em um declínio, em uma decadência, e ele está desesperado. Trump é um bom jogador de poker, mas já sabemos que ele não tem um terno para vencer este jogo. Este jogo está realmente na mão dos chineses”, disse ele.
Em relação ao impacto da guerra comercial no Brasil, Giannetti alertou sobre os riscos para o setor agrícola, mencionando a possibilidade de o Brasil absorver parte da produção de mercadorias que anteriormente se destinavam aos Estados Unidos. “O Brasil pode absorver um certo volume de mercadorias como milho, soja e algodão, que são fungíveis e não têm a marca ‘feita nos EUA’. E nosso produto lançado pela importação estrangeira vai para a China, provavelmente com prêmio”, explicou.
Giannetti também falou sobre a necessidade de regulamentação mais rigorosa para evitar aumentar as importações de produtos chineses no Brasil. “Eu colocaria a China de produtos de licença não automática. Você precisa passar por um olho clínico, não pode deixar o portão aberto. Ele precisa colocar uma licença não automática em alguns setores, em alguns produtos, que sabemos que há um sério risco de surto de importação”, disse ele.
Finalmente, o economista abordou a incerteza que essa guerra tarifária causa no cenário global e na queda na confiança de investidores e consumidores. “Quando não há investimento e consumo, a economia entra em colapso”, concluiu Giannetti.
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