A Moody’s elevou a nota de crédito a longo prazo em estrangeiro e local da Argentina de CAA3 para CAA1 em meio à série de reformas econômicas implementadas pelo governo do presidente Javier Milei. A agência também mudou a perspectiva positiva para estável.
A classificação reflete a liberalização da taxa de câmbio, o resfriamento dos controles de capital e um novo programa com o Fundo Monetário Internacional (FMI), que apóia a disponibilidade de liquidez e reduz as pressões de financiamento externo, de acordo com a instituição. Esses fatores diminuem a probabilidade de um evento de crédito negativo, diz Moody’s.
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Fiscal equilibrado
Na declaração, a Moody’s Projects de que a economia argentina crescerá 4% este ano, antes de desacelerar para 3,5% em 2026. A agência, no entanto, destaca riscos crescentes para as projeções.
A desinflação contínua levou a aumentos nos salários reais, enquanto o aperto fiscal estendeu o volume de crédito não mais suplantado por empréstimos do setor público, segundo a instituição.
“A posição fiscal equilibrada representa uma quebra com a longa história de domínio tributário da Argentina e financiamento de déficit do banco central, sugerindo que a recuperação atual provavelmente será mais duradoura”, diz ele.
A Moody’s explica que a desmontagem das distorções da caixa de câmbio está melhorando o funcionamento do mercado local em vários setores. Ao mesmo tempo, a transição para o novo regime não causou volatilidade substancial em mercados ou atividade econômica, que aliviou um ponto de vulnerabilidade que estava pressionando a nota soberana, de acordo com a análise.
Como resultado, o crescimento do produto interno bruto (PIB) retornou ao território positivo nos últimos três meses de 2024, após seis trimestres consecutivos de contração anual.
A agência de risco disse que poderia retornar à classificação da Argentina se as reformas estruturais continuarem a mitigar os desequilíbrios econômicos e tributários.
A nota soberana também pode ser apoiada por um aumento nas reservas internacionais induzidas por fluxos de moeda estrangeira que não geram dívidas, de acordo com a agência.
“A recuperação econômica e o apoio popular às políticas de ajuste do governo antes das eleições legislativas em outubro podem conceder ao governo um mandato político mais forte para acelerar sua agenda de reformas econômicas”, diz ele.
Por outro lado, a Moody’s poderia diminuir a classificação se os sinais de pressões ou escassez de moeda estrangeira aparecerem.
“Os choques políticos ou econômicos que comprometem a estabilidade macroeconômica ou causam maior volatilidade financeira, interrompendo o progresso na estabilização macroeconômica, também podem resultar em um rebaixamento da classificação”, diz ele.
Desafios
Embora tenha aumentado a classificação de crédito da Argentina, a estimativa de Moody de que o país ainda enfrenta desafios no financiamento externo, enfrentando colchões de capital fracos e obstáculos de investimento. Os fatores pressionam a nota soberana dos argentinos, de acordo com a agência.
A distância de três etapas entre o teto da moeda local e a classificação soberana reflete a crescente previsibilidade da política econômica e a redução da presença do estado na economia, em contraste com a instabilidade do saldo de pagamento externo, de acordo com a análise.
“A diferença no nível entre o teto da moeda estrangeira e o teto da moeda local reflete a maior eficácia das políticas e o endividamento externo relativamente baixo, compensado pela baixa abertura da conta de capital”, diz ele.
Fitch já havia promovido a Argentina
Outra grande agência de classificação de risco do mundo, Fitch já havia escalado a avaliação do país vizinho em maio, do CCC ao CCC+.
Na época, a declaração da agência enfatizou que a recuperação econômica e a desinflação excederam as expectativas e deveriam receber um impulso adicional com mudanças de política recentes, como um novo regime de moeda. Entre as incertezas citadas, estava o baixo nível de reservas de moeda, que não são garantidas pelo novo regime.
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