O Presidente da Federação de Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), Flávio Roscoe, disse que apenas 37% das exportações na indústria de mineração não foram afetadas por novas tarifas nos Estados Unidos.
Sobre a aço, Roscoe apontou que a taxa atual de 50% compromete fortemente a competitividade do produto. “Veremos as vendas caindo, porque a tarifa é muito alta e outros mercados são competitivos ou podem substituir a logística”, disse ele em entrevista a Equipe realde Times Brasil – CNBC exclusivo licenciado.
Ele explicou que, inicialmente, havia um fluxo de remessas já contratadas, mas que esse movimento tende a cair antes do novo cenário tarifário.
Roscoe também apontou uma preocupação com o mercado doméstico de “invasão” de produtos chineses a preços abaixo dos custos, que, segundo ele, representa uma dupla pressão sobre a indústria nacional: perda de competitividade no exterior e concorrência injusta no mercado doméstico.
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Setores alternativos isentos e de mercado
No caso de minérios, Roscoe relatou que os produtos estavam isentos da tarifa, mas enfatizou que esse setor não tem grande peso nas exportações para os Estados Unidos. Por outro lado, foi destacado como um setor industrial relevante para Minas Gerais, que permaneceu fora de tributação. “Esse setor foi até nós um grande alívio”, disse ele.
Comentando o mercado de café, Roscoe disse que a alta qualidade do produto brasileiro e a escassez global sustentaram a demanda, mesmo com a tarifa. Segundo ele, “a curto prazo, os produtores de café não serão afetados” e o Brasil conseguiu redirecionar as vendas para outros países.
A indústria de carne, de acordo com Roscoe, deve se ajustar à nova realidade ao longo do tempo. “Tomando a turbulência de curto prazo, ela também se estabelecerá”, disse ele. Os produtos industrializados de maior valor agregado, como máquinas e equipamentos, continuam sendo um dos principais pontos de preocupação. “Infelizmente, eles ficaram na tarifa”, acrescentou.
Força Aérea e Posicionamento do Governo
O setor aeronáutico, incluindo a fábrica de helicópteros localizado em Itajubá (MG), estava isento das novas tarifas. Roscoe considerou essa decisão positiva, porque, segundo ele, a inclusão desses produtos na tarifa poderia comprometer contratos de longo prazo e a cadeia de suprimentos já em andamento. “Esse segmento seria muito impactado”, disse ele.
Em relação à reação do governo brasileiro, Roscoe avaliou a decisão de não retaliar as tarifas impostas pelos Estados Unidos. Segundo ele, a retaliação pode levar à inclusão de novos produtos na lista carregada e causar mais danos ao país. Ele defendeu uma abordagem baseada em negociação, destacando o desempenho do vice-presidente Geraldo Alckmin nas negociações. “Há um espaço eficaz para negociação e acho que agora é a hora”, disse ele.
Roscoe também relatou que os estudos de impacto econômico mostram que a retaliação seria mais prejudicial ao Brasil. “O governo foi bastante assertivo em não se mexer”, concluiu.
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