O Presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Comércio Exterior (AEB), Arthur Pimentel, defendeu a criação de alianças diretas entre a comunidade empresarial brasileira e americana como uma alternativa à falta de diálogo entre os governos.
“O Brasil precisa criar uma aliança direta. Não do governo para o governo, mas dos negócios”, disse Pimentel em entrevista a Equipe realde Times Brasil – CNBC exclusivo licenciado. Para ele, a articulação entre os setores produtivos dos dois países é essencial para superar o impasse nas negociações bilaterais.
Medidas comerciais propostas pelos Estados Unidos afetaram as exportações de vários países. Pimentel avaliou que, embora o momento econômico americano seja positivo, as taxas propostas por Washington indicam motivações econômicas e não estratégicas. “Parece que esta peça não se encaixa bem no conselho de comércio internacional, especialmente no comércio bilateral com o Brasil”, observou ele.
O executivo citou a estagnação das negociações entre os dois governos e a ausência de resposta dos americanos às propostas brasileiras. Segundo ele, o governo brasileiro não criou canais de negociação ativos e havia “inércia e alguma incompetência” na condução da política externa comercial.
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Diplomacia e rendustrialização
Na avaliação do presidente da AEB, é urgente que o Brasil tenha possíveis janelas de oportunidade para reconstruir sua base industrial. “Precisamos, com urgência e com inteligência diplomática, para tirar proveito desses bons ventos para recuperar nossa reindustrialização”, disse ele.
Comentando as dificuldades diplomáticas atuais, Pimentel evitou apontar motivações ideológicas exclusivas dos Estados Unidos, mas enfatizou que qualquer viés político deve ser anulado. “O comércio sempre terá mais força do que qualquer ideologia”, disse ele.
Negociação de negócios como uma saída
Pimentel apontou que a articulação comercial pode contribuir para influenciar as decisões políticas. Ele relatou que a AEB acompanha os esforços dos líderes do setor produtivo brasileiro para estabelecer contato com seus colegas americanos. “Tem que haver empatia na conversa diplomática. É preciso construção inteligente”, disse ele.
A associação aposta na pressão do setor privado como uma estratégia para desbloquear o diálogo. O líder classificou o momento como desfavorável para os dois lados. “Está perdido”, concluiu.
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