Um dos maiores terminais petrolíferos da Rússia interrompeu suas atividades neste sábado (29), devido a um ataque com drones navais, antes de novos diálogos entre americanos e ucranianos para encerrar a guerra na Ucrânia.
A reunião acontecerá no domingo (30) na Flórida, disse à AFP um representante do governo americano. Participarão o secretário de Estado americano, Marco Rubio, e o enviado especial do presidente Donald Trump, Steve Witkoff, acrescentou.
Esta nova reunião foi ofuscada pela demissão do braço direito do presidente ucraniano Volodimir Zelensky, que deveria liderar a delegação do seu país, e pela troca de hostilidades entre os dois lados.
Neste sábado (29), parte da Ucrânia acordou com uma chuva de drones e mísseis russos, que mataram três pessoas e causaram danos a vários edifícios em Kiev, segundo autoridades.
As explosões noturnas mantiveram muitos moradores acordados à noite, descobriram jornalistas da AFP, e deixaram meio milhão de casas sem eletricidade na capital, disse o Ministério da Energia.
“Ouvimos uma explosão muito forte”, disse Natalia Shkoda, 43 anos. “Meu marido disse: ‘Poderia ter atingido nosso carro’. E quando saí, vi tudo pegando fogo”, acrescentou ela.
O chefe da administração militar da cidade, Timur Tkachenko, denunciou o ocorrido como “uma tentativa dos russos de simplesmente aterrorizar a população civil”.
Também este sábado, drones navais atacaram um importante terminal petrolífero no porto russo de Novorossiysk, no sul do país e nas margens do Mar Negro.
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O Caspian Pipeline Consortium (CPC), proprietário do terminal que inclui grupos americanos como Chevron e ExxonMobil, denunciou a ação como “um ataque terrorista”.
Como resultado desta ação, um dos pontos de ancoragem do terminal ficou inoperante e a empresa anunciou que as atividades serão retomadas “assim que as ameaças de drones forem eliminadas”.
O oleoduto CPC, que começa no Cazaquistão, é uma importante rota de transporte do petróleo cazaque e um dos maiores do mundo em termos de volume, uma vez que gere cerca de 1% do abastecimento global.
A Ucrânia não comentou nem reivindicou esta ação. Por outro lado, assumiu a responsabilidade pelos ataques a dois petroleiros no Mar Negro, que alegadamente transportavam petróleo russo.
Os dois navios foram atingidos por explosões na costa turca na tarde de sexta-feira, informou o Ministério dos Transportes do país da Eurásia. Um deles foi atacado novamente no sábado.
Uma fonte do serviço de segurança ucraniano SBU disse à AFP que “drones navais atacaram com sucesso os navios”.
Escândalo de corrupção
As contínuas hostilidades entre os dois lados lançam dúvidas sobre as possibilidades de sucesso do plano liderado pelos EUA para pôr fim a quase quatro anos de guerra.
Zelensky disse este sábado que a sua equipa de negociação se desloca aos Estados Unidos para rever esta proposta, inicialmente considerada muito favorável à Rússia.
Representantes americanos, ucranianos e europeus reuniram-se na semana passada em Genebra para modificar o plano inicial, que incluía importantes concessões territoriais de Kiev e uma redução drástica das suas forças armadas.
“O lado americano é construtivo e, nos próximos dias, será possível detalhar os passos a seguir para determinar como acabar com a guerra com dignidade”, disse Zelensky neste sábado.
A nova ronda de diálogos surge num momento delicado para o governo de Zelensky, envolvido num escândalo de corrupção, e para o seu exército, que perde terreno na linha da frente.
Na última sexta-feira (28), o presidente ucraniano demitiu seu influente chefe de gabinete, Andrii Yermak, após investigadores de unidades anticorrupção revistarem sua residência.
O caso está ligado, segundo deputados da oposição, a um escândalo de corrupção no setor energético que levou a várias detenções e à destituição de dois ministros este mês.
Investigadores do órgão anticorrupção apontam para um “sistema criminoso”, orquestrado por um aliado do presidente, que permitiu desviar 100 milhões de dólares (R$ 533 milhões na cotação atual) do setor energético.
Um deputado da oposição garantiu que Yermak aparece nas gravações de alguns suspeitos, que lhe dão ordens para pressionar as estruturas anticorrupção.
Para o analista político Volodimir Fessenko, esta situação “enfraquece” a posição da Ucrânia nas negociações. A Rússia “sem dúvida” tirará vantagem deste escândalo, disse ele.
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