Na noite de 31 de maio de 2009, o avião Air França 447 desapareceu durante uma viagem entre Rio de Janeiro e Paris. Foi um facto: o Airbus A330, com 228 pessoas a bordo, desapareceu do radar às 22h49 e não confirmou a sua passagem pelo ponto TASIL, já na zona africana. A confirmação da perda da aeronave ocorreu na manhã seguinte e mobilizou uma operação de busca internacional.
Quando começaram as investigações sobre o Air France 447, foi detectado que a aeronave enfrentava uma área de forte instabilidade meteorológica sobre o Oceano Atlântico. Isso aconteceu porque os tubos Pitot registraram congelamento, o que causou leituras de velocidade inconsistentes e ativou alarmes automáticos.
Ainda numa sucessão de fatores, a tripulação recebeu dados conflitantes. A interpretação dessas informações levou a comandos incorretos e a aeronave parou. Com isso, o avião perdeu o apoio e caiu no oceano às 23h14.
Anos mais tarde, em 2012, o Bureau d’Enquêtes et d’Analyses (BEA) francês publicou o relatório final sobre o Air France 447. Este documento detalhou falhas técnicas, fatores humanos e limitações nos procedimentos de treinamento. Além disso, a análise envolveu cooperação internacional, recuperação de destroços em grandes profundidades e integração de dados de diferentes agências. A investigação reuniu autoridades brasileiras, francesas e especialistas de outros países, um esforço conjunto que influenciou mudanças estruturais na segurança da aviação.
Após a tragédia do Air France 447, as organizações globais revisaram os padrões de rastreamento, comunicação e resposta a emergências. Isto levou a Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO) a atualizar as suas diretrizes.
Como resultado, as companhias aéreas tiveram que ajustar os seus programas de simuladores e as autoridades começaram a reforçar as operações de busca e salvamento. A seguir, como descrito pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA)as 6 lições deixadas pela Air France 447.
O que a aviação aprendeu com a queda do Air France 447?
1. Rastreamento contínuo de aeronaves
O Air France 447 impulsionou a criação do Sistema Global de Socorro e Segurança da Aviação (GADSS). Isso porque foi o sistema que determinou o envio regular de posições durante o voo. Portanto, a exigência reduziu a possibilidade de perda de contato em áreas remotas. Além disso, o protocolo também definiu rastreamento de um minuto em situações de emergência.
2. Melhoria dos sistemas de medição de velocidade
O congelamento dos tubos Pitot do Air France 447 levou à substituição do modelo utilizado no A330. Neste caso, a recomendação incluía testes mais rigorosos para sensores de velocidade e os operadores começaram a monitorar mais de perto o desempenho desses componentes.
3. Revisão dos programas de treinamento em simuladores
Além disso, o acidente do Air France 447 também revelou lacunas na formação dos pilotos devido a perdas temporárias de dados. Portanto, as aeronaves modernas contêm sistemas automatizados e, em caso de perda, esses sistemas fornecem respostas precisas. Além disso, os simuladores começaram a incluir cenários de estol em grandes altitudes e falhas simultâneas de instrumentos.
5. Cooperação internacional ampliada em busca e salvamento
Depois, a operação após a Air France 447 fez os países reforçarem os protocolos SAR – sigla para Search And Rescue, que em português é Busca e Resgate. Neste caso, desde 2009, é realizado um exercício operacional conjunto de busca e salvamento. Chamado de Operação Carranca, contribui para o treinamento SAR, graças a simulações de grandes operações.
6. Integração global de dados e criação de repositórios de emergência
Em última análise, o Air France 447 demonstrou a necessidade de acessar rapidamente dados de voo, meteorológicos e de manutenção. Portanto, a proposta de criação do Repositório de Localização de Aeronaves em Situações de Emergência (LADR) surgiu desse diagnóstico. A função do repositório é reunir informações críticas para as autoridades da aviação e agilizar as operações de busca.
Mesmo depois de 15 anos de tragédia, o Air França 447 continua sendo um divisor de águas na aviação. Nunca antes uma análise das causas levou a tantas mudanças permanentes na tecnologia, na formação e no trabalho em equipe.
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