O recente redução de tarifas comerciais entre Brasil e Estados Unidos gerou expectativas, mas também foi recebido com ceticismo pelo setor produtivo brasileiro.
Embora o governo federal tenha comemorado a medida como um avanço nas relações comerciais, o a insatisfação permanece no setor e na indústria cafeeira, que ainda enfrentam desafios significativos.
José Pimentadiretor de BMJ Relações Governamentais e Comércio Internacionalreagiu com cautela à redução das tarifas. Em entrevista com Times Brasil — Licenciado Exclusivo da CNBC, ele afirmou que a medida não atende plenamente as necessidades do setor.
“A redução foi bem-vinda, mas a realidade do comércio internacional é que as tarifas que ainda enfrentamos nos Estados Unidos são muito altas. Para o Brasil, o mercado americano continua a ser estratégico, mas esta tarifa de até 40% sobre alguns produtos, como o café, limita a nossa capacidade de competir de forma eficiente”disse Pimenta.
Ele completou, destacando que o impacto da redução é, na prática, muito pequeno. “A redução de 10% em algumas tarifas pode parecer um progresso, mas quando olhamos para o volume de exportações que o Brasil perde devido a essas altas tarifas, o benefício é praticamente irrelevante. Para o setor cafeeiro, em particular, ainda estamos num cenário muito difícil.”
Pimenta também falou sobre as expectativas frustradas com a medida, que, segundo ele, não resolve os problemas estruturais que o país enfrenta no comércio com os Estados Unidos.
“A concorrência continua injusta e precisamos de mais do que uma simples redução de tarifas. O Brasil deve buscar uma estratégia de longo prazo, que inclua não apenas a redução de tarifas, mas também o fortalecimento das estruturas produtivas e o foco no aumento da nossa competitividade no comércio internacional”, afirmou.
CECAFÉ: Redução foi insuficiente
Também em entrevista com Times Brasil – Licenciado Exclusivo da CNBC, Márcio Ferreirapresidente de CECAFÉ (Conselho Brasileiro dos Exportadores de Café)também ficou insatisfeito com a medida. Para ele, a redução das tarifas, embora positiva, não é suficiente para resolver os problemas enfrentados pelos produtores.
“O impacto da redução foi bastante limitado. O Brasil ainda enfrenta uma tarifa de 40% sobre o café, e isso impede que nossos produtores tenham acesso justo ao mercado americano. Mesmo com a redução, o Brasil não consegue manter a competitividade em comparação com outros países produtores de café, que não têm a mesma carga tarifária”, disse Ferreira.
Ele também detalhou os efeitos da alta tarifa no mercado americano. “O mercado americano é o maior destino das nossas exportações, mas essa tarifa impede que o Brasil consiga aproveitar todo o seu potencial. Outros países, como o Vietnã e a Colômbia, estão ganhando espaço porque suas tarifas são muito menores ou inexistentes.
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Ele destacou que a tarifa é um dos principais entraves ao crescimento das exportações brasileiras. Para ele, a redução das tarifas não era uma avanço substancialmas uma medida que apenas aliviou temporariamente um problema que exige mais. “Precisamos de soluções duradouras, como a eliminação gradual de tarifas, e de políticas públicas que incentivem os produtores a inovar e a melhorar a sua competitividade global.”
O Confederação Nacional da Indústria (CNI)representando o setor industrial, também reagiu criticamente à medida, embora reconhecendo o seu simbolismo. “Reduzir tarifas é importante, mas precisamos deixar claro que isso não resolve os maiores desafios que a indústria brasileira enfrenta. O Brasil continua tendo custos elevados e as tarifas ainda são altas em vários segmentos”, disse um representante da CNI, explicando que o Exportações brasileiras continuam a ser prejudicados por essas barreiras.
“No caso das indústrias de manufaturados, as tarifas ainda têm grande impacto, principalmente para os setores de tecnologia e automobilístico. Se o Brasil quiser ser competitivo, precisa de uma estratégia ampla, que vá além da simples redução de tarifas”, acrescentou o representante.
Além disso, o impacto das tarifas também foi destacado por Flávio Roscoe, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG)que representava os interesses do setor produtivo em geral.
“A indústria brasileira se sente fortemente com as altas tarifas praticadas nos Estados Unidos, principalmente nas áreas de máquinas e equipamentos. A medida de redução de 10% foi muito tímida. Embora gere algum alívio, não tem o peso que a indústria precisa para ser mais competitiva no mercado internacional”, disse.
Ele também alertou sobre a necessidade de políticas públicas mais eficaz. “Não adianta reduzir tarifas de forma pontual. O Brasil precisa de um plano mais abrangente, que envolva não apenas tarifas, mas a criação de um ambiente de negócios mais favorável, com redução de burocracia, investimento em infraestrutura e inovação.”
Contexto das negociações e implicações para o comércio Brasil-EUA
O vice-presidente Geraldo Alckminresponsável pela coordenação da negociação, comemorou o redução tarifária como um passo importante para melhorar as relações comerciais com os Estados Unidos.
“A redução das tarifas é um passo positivo. Porém, devemos reconhecer que este é apenas um primeiro passo. O Brasil ainda tem muitos desafios pela frente para melhorar sua competitividade no comércio internacional. O real impacto só virá com medidas mais estruturantes”, afirmou Alckmin.
Por sua vez, o expectativas dos exportadores brasileiros permanecem elevados, e especialistas do setor indicam que a redução de tarifas não resolve questões estruturais que afetam a competitividade do Brasil, especialmente no comércio de produtos como café.
Como lembraram os entrevistados, os exportadores continuam lutando contra as altas tarifas, o que torna o Brasil menos competitivo no mercado americano. tarifas, mas também a criação de condições mais competitivas no comércio bilateral”.
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