Ainda não é expressivo no mercado internacional, o vinho brasileiro, especialmente o espumante produzido em solo gaúcho, é uma promessa para os comerciantes de bebidas.
O produto tem se destacado nas missões internacionais promovidas pela Agência Brasileira para a promoção de exportações e investimentos (Apex-Brasil), em parceria com o Instituto de Gerenciamento, Planejamento e Desenvolvimento da Vitivinicultura do Estado do Rio Grande do Sul (Consevitis-Rs).
No ano passado, a presença dessas instituições em feiras internacionais contribuiu para as exportações totais brasileiras para adicionar 5,8 milhões de litros, ou US $ 10,8 milhões. Quase dois terços (em valores) foram alocados para dois países: Paraguai (49% do total) e os Estados Unidos (9,6%).
Rafael Romagna, gerente de marketing da Wines of Brasil, comemora um recorde para a iniciativa deste ano lançada em 2021 com a reunião de 50 vinícolas no projeto, incluindo alguns gigantes como Almadén e Aurora. “Temos certeza de que o reconhecimento só aumentará nos próximos dez anos”, disse o especialista em entrevista.
Os desafios são muitos, especialmente a tarifa, agora que os Estados Unidos, um dos principais mercados em potencial, decidiram tributar os produtos brasileiros em 50%. Mas o ritmo das exportações, que até alguns anos atrás era irrisória, parece estar em um nível já relevante para as vítimas do Brasil.
No primeiro semestre deste ano, 3 milhões de litros já foram exportados (um aumento de 30% no mesmo período de 2024) ou US $ 5,6 milhões (+22%). “Como ainda somos muito jovens no mercado internacional, é importante manter algo entre US $ 10 milhões e US $ 14 milhões”, disse Romagna. Os negócios estão fechados em eventos internacionais como a Prowein, realizada em março em Düsseldorf, Alemanha.
“Quando falamos sobre o mercado internacional, tudo é muito em passos de formigas. Mas o vinho brasileiro já está sendo reconhecido”, disse Romagna.
O Brasil contesta espaço com países do novo mundo chamado, como África do Sul, Argentina, Austrália, Chile e Nova Zelândia.
De acordo com a Organização Internacional de Vine e Vinho (OIV), que reúne 51 países responsáveis por 88% do fornecimento global de vinhos, os três maiores produtores são a Itália (19,5% do total), França (16,0%) e Espanha (13,7%).
O top 10 também apresenta quatro países do Novo Mundo – Argentina em 5º (4,8%), Austrália em 6º (4,5%), 7º Chile (4,1%) e África do Sul em 8º (3,9%). O Brasil aparece na 19ª posição (0,9%). “Sim, temos expectativas sobre esse mercado”, disse Romagna.
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Confira a entrevista completa com o executivo que está à frente da representação do vinho brasileiro no mundo:
DC News Agency – O que foi feito para promover a bebida no exterior?
Rafael Romagna – Temos esse acordo setorial chamado Vinhos do Brasil. Dentro dele, um plano estratégico com estruturação de ações de comunicação e nosso pilar, que são as ações promocionais. É o que mais repercussões: nosso carro -chefe são as feiras internacionais.
DC News Agency – e que outras ações são tomadas?
Rafael Romagna – Pelo menos quatro outras frentes. Um deles são projetos destinados ao comprador, quando prospectamos clientes estrangeiros para realizar rodadas de negócios e visitas técnicas às vinícolas brasileiras. Outros são projetos de imagem, no mesmo formato, mas trazendo veículos jornalísticos de fora do país para visitas técnicas e para educá -las sobre o vinho brasileiro. Também temos eventos com embaixadas.
E toda a comunicação foi construída destacando o vinho espumante como Flagship do projeto.
Além disso, existem várias ações de estruturação, do treinamento à qualificação, para que as empresas entendam o que desejam e como exportar.
Agência de notícias da DC – Quais são os principais desafios e dificuldades para consolidar o vinho brasileiro no exterior?
Rafael Romagna – Hoje, não há dificuldade em relação à qualidade. Temos um produto muito bom, especialmente o vinho espumante.
No entanto, há um gargalo muito grande e histórico: a questão dos preços. Especialmente na pós -fogueira, com barreiras logísticas, tivemos que adicionar muitos custos ao valor da venda.
DC News Agency – Como você lida com essa situação?
Rafael Romagna – É um gargalo que tentamos compensar através da promoção. Ou seja, precisamos mostrar nosso produto e explicar que ele agregou valor e custos incorporados. O principal gargalo são as barreiras burocráticas, como as tarifas impostas pelos Estados Unidos, bem como outras barreiras tarifárias.
Agência de notícias da DC – O que pode ser feito na base produtiva para ajudar nas exportações?
Rafael Romagna – Estamos fazendo, através de entidades, um trabalho de estruturação. Existem várias etapas de qualificação e certificação. Por exemplo, aconselhamos o produtor a obter certificação Gap GlobalFundamental para a exportação – qualifica e certifica o produto. Esta certificação é fornecida pelo Conselho de Indústrias do Rio Grande do Sul, por meio de nossa entidade, diretamente ao produtor.
Agência de notícias da DC – Por que o vinho brasileiro ganhou mais expressão nos Estados Unidos, por trás apenas do Paraguai em compras?
Rafael Romagna – É um mercado funcionado desde o início do projeto. Funcionou, e algumas vinícolas estabeleceram raízes lá. Desde então, eles trabalharam nos EUA e investiram muito também. Hoje temos vinícolas com Embaixadores da marca (embaixadores da marca) no país. Isso funcionou porque os esforços do projeto e as vinícolas unificam, e esse mercado se tornou viável para o setor.
A Agência de Notícias da DC – Além do Southern Wine, a bebida produzida em Pernambuco também está sendo exportada?
Rafael Romagna “Sim, mais lento, porque a vitivinicultura local começou a se desenvolver recentemente”. Mesmo houve um projeto de imagem com os produtores da Pernambuco em julho. Ele está sendo exportado, sim, e é muito importante, pois esta região destaca o poder de produção do Brasil.
DC News Agency – Quão significativa é essa exportação?
Rafael Romagna – Graças a esta produção, já conseguimos apresentar um tema surpreendente para compradores e jornalistas: os vinhos tropicais. Temos vinhos tropicais no nordeste, vinhos de inverno na região sudeste e vinhos tradicionais no Rio Grande do Sul. É uma agenda incrível para nós.
DC News Agency – Por que o vinho espumante é o tipo mais vendido?
Rafael Romagna -Veu que é realmente o nosso carro -chefe. Ele foi reconhecido internacionalmente. É claro que hoje temos muitos outros vinhos que também estão ganhando destaque, mas que abriram o caminho para o vinho brasileiro era o vinho espumante.
Graças às ações promocionais e à história dos prêmios, o vinho espumante foi consolidado e tornou -se uma hélice de exportações em todo o setor.
Agência de Notícias da DC – Seria possível obter um espaço relevante em países como a França (27º destino das exportações de vinhos brasileiras, com apenas US $ 33.000)?
Rafael Romagna – É um país muito competitivo, para tradição e pioneiro na qualidade dos vinhos. Mas temos expectativas em relação a esse mercado. Este ano, realizamos duas ações promocionais lá: a primeira em parceria com a embaixada brasileira e a segunda, logo depois, na Wine Paris Fair. É um evento já importante e está ganhando relevância. Foi a nossa primeira participação.
Agência de notícias da DC – e como foi o retorno?
Rafael Romagna – Tivemos muito movimento e um feedback muito positivo. Há muitos brasileiros trabalhando nesse setor, como sommeliers e chefs com restaurantes lá. Acreditamos que, em proporções adequadas, podemos ganhar um espaço no mercado francês.
Agência de notícias da DC – A viticultura brasileira é uma correspondência para quais países?
Rafael Romagna – Em termos gerais, competimos com os países do Novo Mundo: Austrália, Nova Zelândia, Argentina e Chile, que já têm reconhecimento internacional. Geralmente, aqueles que consomem esse tipo de bebida procurando vinhos do Novo Mundo.
Mas a promoção deles, incluindo apoio do governo, é muito mais intensa. Eles são mais agressivos a esse respeito. A Austrália, por exemplo, é um modelo – eles têm um plano estratégico muito eficiente.
DC News Agency – Quais serão as próximas ações?
Rafael Romagna – No final de setembro, realizaremos um projeto de comprador na Prowine Fair, em São Paulo. Em outubro, um projeto de imagem no sul e nordeste. Finalmente, em novembro, participaremos da Feira de Xangai na China.
DC News Agency – Quais são os objetivos para 2025?
Rafael Romagna – Este ano, atingimos o recorde: 50 empresas brasileiras de sete estados, concordaram com o projeto. Nosso objetivo era de 45 anos e o superamos.
Agência de Notícias da DC – Como você vê vinho brasileiro nos próximos dez anos?
Rafael Romagna – Em termos de qualidade, certamente teremos protagonismo em algum momento, pois essa é uma tendência que está se consolidando. Essas missões estão realmente trazendo reconhecimento ao vinho brasileiro. Acreditamos no produto e temos certeza de que o reconhecimento só aumentará nos próximos dez anos.
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