O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) — indicador oficial de inflação — registrado alta de 0,09% em outubrorelatou o IBGE nesta quarta-feira (13). O resultado representa queda de 0,39 ponto percentual em relação a setembro (0,48%) e é o menor avanço mensal de 2025. Em agosto houve deflação de 0,11%.
Com esses dados, o IPCA acumula 3,73% no ano e 4,68% em 12 mesesabaixo do 5,17% observado nos últimos 12 meses. O resultado veio abaixo da mediana das projeções de mercado (0,15%)reforçando a percepção de desaceleração da inflação e abrindo espaço para um política monetária mais branda.
“O IPCA ficou bem abaixo das estimativas. Esse resultado deve alterar projeções da Selic para o próximo ano. Até certo ponto, acabaram as desculpas para manter um ritmo tão contracionista”, disse o economista André Perfeitoda Garantia Capital.
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Os dados também surpreenderam o economista-chefe Étore Sanchez, que esperava uma variação de 0,11%. Ele observa que a inflação “entrou em grande declínio” acumulado em 12 meses, com o índice cheio passando de 5,2% para 4,7%.
“Felizmente, na abertura das nossas projeções não tínhamos desvios muito relevantes. A maior diferença veio da eletricidade, que subestimamos em três pontos base. Os núcleos ficaram muito próximos das expectativas, com um aumento médio de 0,25% e os serviços subjacentes em 0,33%”, disse.
Sanchez acrescenta que a surpresa baixista deverá refletir-se imediatamente nos preços dos ativos.
“O mercado deverá reagir fortemente, com os juros futuros se ajustando para baixo e os investidores precificando um cenário mais acomodatício para a política monetária”, afirmou.
Perfeito, por sua vez, reforça que a inflação corrente indica um nível de juros excessivamente restritivo.
“A inflação de 0,09% mostra que o nível atual da Selic já é bastante elevado. Há claro espaço para cortes adicionais”, avaliou.
Principais números do IPCA de outubro
Indicador Valor (%) Outubro de 2025 0,09 Setembro de 2025 0,48 Outubro de 2024 0,56 Acumulado no ano 3,73 Acumulado em 12 meses 4,68
Eletricidade afasta grupo de Habitação
O maior alívio no IPCA mensal veio do grupo Habitaçãoque caiu 0,30%após um forte aumento de 2,97% em setembro. O destaque foi o Queda de 2,39% na energia elétrica residencialo item com maior impacto negativo do mês (-0,10 pp).
A redução foi causada mudança de bandeira tarifade nível vermelho 2 para nível vermelho 1que reduziu o encargo adicional na conta de luz R$ 7,87 a R$ 4,46 a cada 100 kWh.
Mesmo com a queda em outubro, a eletricidade acumula alta de 13,64% no anosendo o item com maior peso na inflação de 2025.
| Região | Variação em outubro (%) | Acumulado no ano (%) | 12 meses (%) |
|---|---|---|---|
| Goiânia | 6.08 | 15.09 | 6.41 |
| São Paulo | -3,17 | 21h60 | 7,58 |
| Rio de Janeiro | -3,72 | 4,87 | -4.02 |
| Força | -4,82 | 5.11 | -4,36 |
| Brasil | -2,39 | 13,64 | 3.11 |
Vestuário e saúde lideram aumentos no IPCA
Entre os nove grupos pesquisados pelo IBGE, três registraram queda — Habitação (-0,30%), Artigos de Residência (-0,34%) e Comunicação (-0,16%). O restante apresentou ligeiros aumentos.
O grupo Vestuário (0,51%) teve a maior mudança positiva, impulsionada por calçados e acessórios (0,89%) e roupas femininas (0,56%).
Saúde e cuidados pessoais (0,41%) exerceu o maior impacto positivo (0,06 pp)puxado por itens de higiene pessoal (0,57%) e planos de saúde (0,50%).
| Grupo | Variação (%) | Impacto (pp) |
|---|---|---|
| Alimentos e bebidas | 0,01 | 0,00 |
| Habitação | -0,30 | -0,05 |
| Itens de residência | -0,34 | -0,01 |
| Roupas | 0,51 | 0,02 |
| Transporte | 0,11 | 0,02 |
| Saúde e cuidados pessoais | 0,41 | 0,06 |
| Despesas pessoais | 0,45 | 0,05 |
| Educação | 0,06 | 0,00 |
| Comunicação | -0,16 | 0,00 |
Os alimentos permanecem estáveis e os transportes aumentam ligeiramente
O grupo Alimentos e bebidas manteve-se praticamente estável, com aumento de 0,01%. O comida em casa caiu 0,16%influenciado por quedas no arroz (-2,49%) e em leite longa vida (-1,88%)enquanto o batata (8,56%) e o óleo de soja (4,64%) aumentos registrados.
O comer fora de casa acelerado de 0,11% em setembro para 0,46% em outubroconduzido por lanches (0,75%) e refeições (0,38%).
Nós transportea variação de 0,11% reflete o aumento nas passagens aéreas (4,48%) e de combustíveis (0,32%)com ênfase em etanol (0,85%), gás veicular (0,42%) e gasolina (0,29%).
Goiânia tem a maior inflação entre as capitais
Entre as 16 regiões pesquisadas, Goiânia (0,96%) apresentou o maior aumento regionalconduzido por energia elétrica (6,08%) e gasolina (4,78%). As menores variações ocorreram em São Luís e Belo Horizonte (-0,15%).
| Região | Variação mensal (%) | Acumulado no ano (%) | 12 meses (%) |
|---|---|---|---|
| Goiânia | 0,96 | 3,42 | 4,68 |
| Porto Alegre | 0,33 | 4.04 | 4,59 |
| São Paulo | 0,04 | 4h20 | 5.17 |
| Rio de Janeiro | -0,06 | 2,78 | 3,89 |
| Belo Horizonte | -0,15 | 3.51 | 4,36 |
| Brasil | 0,09 | 3,73 | 4,68 |
INPC tem leve alta de 0,03%
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC)que mede a inflação para famílias com renda entre 1 e 5 salários mínimossubiu 0,03% em outubroapós um aumento de 0,52% em setembro.
O índice acumula 3,65% no ano e 4,49% em 12 mesesabaixo do 5,10% registrado no mesmo período anterior. A maior variação foi observada em Goiânia (0,92%) e o menor em Belo Horizonte (-0,21%)influenciado pelas mesmas quedas na eletricidade e no combustível.
Perspectivas de juros e IPCA
Para André Perfeitoos dados reforçam a percepção de que o A política monetária é mais restritiva do que o necessário e que o Banco Central “ganhou espaço” para acelerar a flexibilidade.
“A inflação de 0,09% mostra que a Selic atual está bastante alta. O espaço para cortes adicionais é claro, desde que o cenário fiscal não se deteriore”, afirmou.
Etore Sanchez concorda que a tendência é de desaceleração, mas considera que o efeito das bandeiras tarifárias ainda poderá trazer volatilidade no curto prazo.
“Apesar da surpresa baixista, mantemos projeção de 4,4% para o IPCA de 2025, considerando a bandeira amarela de dezembro. O cenário estrutural, porém, permanece benigno”, disse.
O consenso entre os analistas é que o inflação deve terminar o ano abaixo de 4,5%e o Relatório de foco próxima semana deve refletir revisões para baixo nas projeções para Selic e IPCA.
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