A dívida pública do Brasil é intimamente estratégica para quem faz negócios, invista ou gerencia recursos.
Isso ocorre porque o nível de endividamento do governo influencia diretamente as taxas de juros, a inflação, a confiança do mercado e, consequentemente, o custo de crédito e o ambiente de investimento.
Neste artigo, você entenderá o que é a dívida pública, como é formada, seus impactos na economia e por que ela deve estar no radar de empresas, investidores e gerentes.
O que é dívida pública
A dívida pública representa os valores que o governo precisa emprestar quando as receitas (impostos, contribuições, dividendos) não são suficientes para cobrir as despesas previstas na lei orçamentária anual (LOA).
Quando há um déficit, o governo recorre à emissão de valores mobiliários ou contrata empréstimos, refinando dívidas anteriores ou financiando novas despesas.
Esses títulos, como os disponíveis no Tesouro Direct, são adquiridos por bancos, fundos, investidores – incluindo indivíduos – que esperam receber o valor aplicado mais juros.
Ao contrário do setor privado, o governo pode rolar – ou refinanciar – suas dívidas indefinidamente, substituindo documentos antigos por novos. Mas isso depende da confiança dos investidores, estabilidade tributária e condições de mercado.
E você pode estar se perguntando por que o governo simplesmente não emite mais dinheiro para pagar suas despesas. Bem, o governo evita emitir excesso de moeda para não gerar inflação.
Como a dívida é formada: dívida pública interna e externa
O financiamento ocorre de duas maneiras principais:
- Dívida de móveis: Emissão de títulos públicos, como tesouro selo, tesouro da IPCA e predominantemente interno, em reais.
- Dívida contratual: O financiamento de bancos internacionais (Banco Mundial, Pássaro, Bid) e agências multilaterais – pode ser interno (em reais) ou externo (em dólares, euros).
A dívida é classificada como:
- Interno: Emitido em reais, predominantemente financeiro e absorvido pelo sistema local.
- Externo: emitido em moeda estrangeira, com o risco cambial envolvido.
Hoje, a maior parte da dívida brasileira é interna, em reais, chamada dívida interna de móveis federais.
História da dívida pública no Brasil
Conheça alguns pontos relevantes da trajetória da dívida, em relação ao PIB, no Brasil, de acordo com dados do Economia comercial:
- Em 2020, atingiu o ápice, atingindo 86,9% do PIB.
- A média, de 2016 a 2024, foi de 65,10% do PIB;
- O mínimo histórico foi de 51,27% do PIB em 2011.
- Até 2024, o nível era de 76,5% do PIB.
- As previsões indicam que deve atingir 92% do PIB até 2025, 95% em 2026 e 97% em 2027.
O relatório do Tesouro, por sua vez, aponta uma projeção diferente, na qual a dívida pública alcançaria 82,3% do PIB em 2026 – o último ano do atual governo de Lula. Quando ele assumiu o cargo em 2022, a dívida estava em 71,7% do PIB.
Confira o gráfico abaixo que mostra a evolução da dívida pública do Brasil:
Como medir se a dívida pública é sustentável?
A comparação da dívida com o PIB oferece um parâmetro para avaliar se o país pode honrar seus compromissos, pois considera o tamanho da economia.
Não há consenso em um limite ideal, mas os países desenvolvidos exibem níveis mais altos.
Os EUA, por exemplo, têm uma dívida pública de 124% do PIB. Japão, 237%. Canadá, 111%.
A dívida média dos países emergentes deve ser de 73,8% em 2025, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Além da porcentagem de dívida do PIB, também é relevante observar outros fatores:
- Taxas de juros: impactar o custo de rolagem.
- Prazos: A dívida de longo prazo reduz as pressões imediatas.
- Confiança de mercado: influencia o “prêmio de risco”.
Impactos da dívida pública na economia e nos negócios
Mais do que apenas um indicador, a dívida pública tem impactos na economia real, como:
1. Custos de dívida
O aumento do selo, a taxa de juros básica do Brasil, gera juros pagos pelo governo.
Cerca de metade da dívida pública brasileira é indexada à taxa básica, de acordo com o Tesouro.
Isso pressiona o orçamento comprometendo mais recursos de interesse, gerando o temido “efeito de bola de neve”.
2. Inflação
A alta dívida pode limitar o espaço para a política fiscal expansionária, pressionando decisões ainda mais restritivas – impactando a inflação e o consumo.
3. Investimentos e PIB
Um governo que compromete grande parte da receita de juros reduz sua capacidade de investir.
4. Confiança do mercado
Os agentes exigem um prêmio de risco mais alto para financiar o país em tempos de falta tributária de controle, aumentando a volatilidade da taxa de câmbio e piorando ainda mais o cenário.
Conclusão
A dívida pública do Brasil afeta as condições de crédito, juros, investimentos e até a capacidade do governo de responder a crises.
As empresas que monitoram essas variáveis podem planejar melhor, negociar com os bancos em condições mais favoráveis e proteger as margens.
Os investidores, por sua vez, sabem quando buscar oportunidades; e os gerentes contrastam cenários para ganhar com mais segurança.
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