O mercado de trabalho brasileiro prova ser aquecido não apenas pelo número de contratação, mas também pelas demissões. É explicado: Somente no ano passado, 35% das demissões formais ocorreram a pedido do funcionário. Isso significa dispensação voluntária de 8,5 milhões, especialmente em 2023: 7,3 milhões (34% do total).
Os dados são do Registro Geral de Funcionários e Desempregados (Caged), o Ministério do Trabalho e Emprego, reunidos pelo economista Marilane Oliveira Teixeira, pesquisador do Centro de Estudos da União e Economia do Trabalho, Universidade Estadual de Campinas (Cesit-Unicamp).
Eles mostram, segundo ela, um mercado dinâmico, com oportunidades e, ao mesmo tempo, com problemas estruturais. “Este aumento [de pedidos de demissão] Pode estar relacionado a fatores como insatisfação salarial, busca por melhores condições de trabalho ou novas oportunidades no mercado ”, afirmou.
Cerca de seis em cada dez (57%) das solicitações de demissão em 2024 vieram do salário mínimo de 1 a 1,5.
O setor com o maior número de pedidos (2,2 milhões, 26% do total) foi o comércio, que inclui reparo de veículos. O setor de transformação é responsável por quase 1,3 milhão (15%). Entre as funções, individualmente, a maior quantidade de demissões a pedido foi um vendedor de varejo (461 mil – 38,5% do total dessa atividade).
Outras ocupações se destacam pela proporção de ordens em relação ao total de demissões: operador de telemarketing (55,7%), cafeteria (49,8%), operador de caixa (47,2%), repositório de mercadorias (46,2%) e assistência de serviços de alimentos (43,7%).
Com exceção de 2020, o ano da pandemia, o mercado não parou de criar vagas com um contrato formal. Entre as admissões e demissões, o saldo foi de 2,8 milhões em 2021, 2 milhões em 2022, 1,5 milhão em 2023 e 1,7 milhão em 2024. oito milhões a mais vagas, formando um estoque de 47,2 milhões de trabalhadores formais.
Durante esse período, o comércio/reparo de veículos abriu 1,7 milhão de empregos (+19,1%). Destes, 1 milhão em comércio de varejo, que saltou de 6,3 milhões de funcionários (2020) para 7,3 milhões (2024), crescimento de 15,9%.
Somente no ano passado, havia 337.300 vagas de comércio – 194.100 na área de varejo. Em todo o país, de acordo com a Caged, foram registrados 25,6 milhões de contratações e 23,9 milhões de demissões foram feitas.
O estoque total de empregos formais atingiu 47,2 milhões, 10,6 milhões em comércio (22,4% do total). O trabalho continuou a crescer no início de 2025: somente em janeiro e fevereiro, o saldo é de 576,1 mil vagas com uma carteira, em comparação com 480,7 mil no mesmo período do ano passado.
Os dados mostram que era mais fácil encontrar outro trabalho, diz o economista Renan Gomes Di Pieri, professor do Departamento de Planejamento e Análise Econômica (PAE) da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (FGV-EAPS).
Isso faz com que muitas pessoas pedam a conta, mesmo como uma estratégia para aumentar a renda. Por outro lado, o crescimento que ele chama de “surpreendente” nos últimos três anos dá sinais de exaustão.
A taxa de desemprego, medida pela Pesquisa Nacional de Amostrais da Ibge (PNAD), foi de 6,8% no trimestre encerrada em fevereiro, a mais baixa para o início da série histórica (2012) e equivalente à registrada em 2014.
Di Pieri observa que, excluindo as faixas etárias mais jovens, a taxa está abaixo de 5%no “desemprego de fricção” chamado, um movimento considerado normal em qualquer economia. “Não há mais espaço para o mercado de trabalho assimilar mais pessoas”, disse o professor. “E os salários cresceram muito. Estamos no limite de criação de empregos no Brasil.”
Também de acordo com o PNAD, a renda média atingiu o nível recorde (R $ 3.378), bem como o número de funcionários com um portfólio assinado no setor privado (39,6 milhões). Assim, “tudo leva a acreditar”, como diz o professor, que o país tem um crescimento mais moderado no segundo semestre – ou mesmo estagnação.
No caso do mercado de trabalho, há outro componente preocupante relacionado à produtividade. “O Brasil tem um componente histórico da estagnação”, disse Di Pieri, observando que os salários estão crescendo acima da produtividade, pressionando a inflação. “Esse ciclo de crescimento está sendo puxado basicamente pelo aumento da demanda”.
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