Eduardo Félix Bianchini foi escolhido pelo Banco Central como liquidante da Master. A liquidação extrajudicial do banco foi decretada nesta terça-feira (18), logo após a prisão de seu dono, Daniel Vorcaro.
Quase sem presença nas redes sociais e sem dar entrevistas à imprensa, ele deve focar nos próximos anos em uma solução para a dissolução do banco. Antes de começar a trabalhar em processos desse tipo, Bianchini trabalhou no BC por 39 anos, de 1973 a 2012.
Esta não é a primeira vez que Bianchini se encarrega de uma complexa tarefa de encerrar as atividades de uma instituição financeira, causando o menor dano possível aos clientes e ao Sistema Financeiro Nacional (SFN).
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Desde 2012, quando se aposentou do BC, assumiu a função de síndico ou interveniente em processos determinados pelo regulador pelo menos oito vezes, sem contar o caso de Mestre:
- 2012 – intervenção no Banco BVA.
- 2015 – liquidação extrajudicial de Cruzeiro do Sul.
- 2015 – liquidação extrajudicial da Pioneer Corretora de Câmbio.
- 2017 – liquidação extrajudicial da S. Hayata Corretora de Câmbio.
- 2018 – liquidação extrajudicial da Gradual Corretora de Câmbio, Títulos e Valores Mobiliários.
- 2019 – liquidação extrajudicial da Um Investimentos Corretora de Títulos e Valores Mobiliários.
- 2020 – liquidação extrajudicial da Decasa Financeira.
- 2020 – liquidação extrajudicial da Uniletra Corretora de Câmbio, Títulos e Valores Mobiliários.
- 2025 – liquidação extrajudicial do Banco Master, Banco Master de Investimento, Banco Letsbank, Master Corretora; Raet do Banco Master Múltiplo.
Oficialmente, uma empresa de propriedade da Bianchini – a EFB, com nome formado pelas iniciais do ex-funcionário do BC, seu único sócio-diretor – é a responsável pela liquidação da Master. Foi fundada em agosto de 2021. Tem capital social de R$ 1 mil e endereço em apartamento em prédio residencial no bairro de Higienópolis, em São Paulo, a apenas duas quadras do Parque Buenos Aires.
Na manhã desta terça, o BC decretou a liquidação de quatro empresas do conglomerado Master – Banco Master, Banco Master de Investimento, Banco Letsbank, Master Corretora, além da adoção do Regime Administrativo Temporário Especial (Raet) no Banco Master Múltiplo S.A. O dono do banco, Daniel Vorcaro, foi preso pela Polícia Federal na noite desta segunda-feira, 17. Agora, a Bianchini é responsável por todas as empresas.
Quando foi escolhido para remediar as empresas do Grupo Cruzeiro do Sul, por exemplo, Bianchini substituiu Sérgio Rodrigues Prates, em 2013. Na época, o BC detectou um déficit contábil de R$ 3,1 bilhões e 17 pessoas foram acusadas pelo Ministério Público Federal (MPF) de cometer crimes como gestão fraudulenta, caixa dois e lavagem de dinheiro.
Segundo a denúncia da época, o banco havia criado mais de 300 mil empréstimos consignados falsos para disfarçar seus balanços e dar a impressão de que seus números eram bons. Na época, Bianchini era interventor do Banco BVA e foi sucedido por Isney Manoel Rodrigues.
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Entre suas ações à frente do Cruzeiro do Sul, o síndico determinou, por exemplo, que as carteiras de crédito da instituição fossem administradas pelo Banco do Brasil. Na época, o Broadcast registrou que a escolha pela instituição pública se baseou na experiência que o BB tinha com esse tipo de operação. Também pesou o fato de o banco ter sido quem comprou a maior parte das carteiras do Cruzeiro do Sul, além da Caixa, do Bradesco e dos estatais Banrisul (Rio Grande do Sul) e Banestes (Espírito Santo). A maior parcela, porém, foi comprada pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC), com participação de 70%.
Antes da liquidação, houve uma tentativa de venda, que estava sendo negociada com o Santander, mas o prazo de vencimento da dívida externa de US$ 1,5 bilhão do Cruzeiro do Sul fez com que não houvesse tempo para as negociações continuarem. No mesmo comunicado sobre a atuação em Cruzeiro do Sul, o município também anunciou a liquidação do Banco Prosper, que havia sido adquirido pela instituição em dezembro de 2011. Até então, a empresa estava sob o Regime Especial de Administração Temporária (Raet) desde 4 de junho do mesmo ano sob o comando do FGC.
O tribunal, que manteve os controladores presos por um mês, classificou o caso como “uma das fraudes mais graves da história financeira brasileira” e a imprensa internacional chegou a classificá-lo como uma “história de terror”. A operação foi encerrada em julho de 2015, com o síndico entrando com pedido de falência da instituição.
Naquele ano, o BC decretou a liquidação extrajudicial de cinco instituições por indícios de crime de lavagem de dinheiro ou ocultação de bens, direitos e valores. Bianchini foi o responsável pelo caso envolvendo a Pioneer. A área de fiscalização do BC apurou na época que essas empresas realizaram “inúmeras operações cambiais irregulares”, com “indícios inequívocos de crimes”. Além disso, não teriam implementado políticas, procedimentos e controles internos compatíveis com o tamanho e volume das operações, segundo o BC.
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