O Chile vive um dos cenários eleitorais mais polarizados desde o fim da ditadura militar. A candidata governamental Jeannette Jara, membro do Partido Comunista, avançou para a segunda volta com 27% dos votos no domingo. Logo atrás veio o ultradireitista José Antonio Kast, com 24%, consolidando uma disputa que divide o Chile em dois projetos antagônicos.
Leia também:
Crise de segurança impulsiona ultradireita no Chile
EUA apostam em cortes tarifários e fiscais para aliviar o custo de vida em 2026, diz Bessent
Os resultados revelam um país em transformação, com os eleitores a dar prioridade a questões como a segurança pública, a imigração e a estabilidade económica. A disputa, marcada para 14 de dezembro, ocorre em meio a um ambiente político fragmentado e a um avanço significativo da direita em toda a região.
Chile vai às urnas enfrentando cenário político completamente reconfigurado
Jara se tornou o primeiro candidato comunista a chegar à final de uma eleição presidencial no Chile. Kast, por sua vez, pretende formar o governo mais conservador desde o fim do regime de Augusto Pinochet. A pequena diferença entre os dois reforça o peso dos votos de centro-direita, que totalizaram mais de 70% no primeiro turno.
O resultado abre caminho para Kast herdar grande parte deste apoio, especialmente depois de manifestações públicas de aliados como o deputado libertário Johannes Kaiser e a moderada Evelyn Matthei, que declararam o seu voto imediato no candidato de ultradireita.
Direita ganha força com discurso de segurança e fronteiras mais rígidas
Kast ampliou o espaço eleitoral ao defender medidas duras contra o crime e a imigração irregular. Num discurso aos apoiantes, afirmou que “a mudança virá” com a derrota do crime organizado, o encerramento das fronteiras aos imigrantes indocumentados e melhorias no sistema de saúde.
O discurso encontrou eco nas regiões do Norte, onde o fluxo migratório e a dependência da mineração alimentaram o descontentamento com os partidos tradicionais. Nestes locais, o candidato Franco Parisi surpreendeu ao ficar em terceiro lugar, canalizando votos rejeitadores do establishment. Analistas acreditam que grande parte desses eleitores deverá migrar para Kast no segundo turno.
Chile no centro das disputas geopolíticas latino-americanas
A mudança para a direita observada no Chile segue tendências já observadas na Argentina, Colômbia e Brasil. Um eventual governo Kast poderia aproximar o país do eixo conservador da região, ampliando os alinhamentos com líderes que atualmente mantêm relações estreitas com a administração Trump.
O Chile ocupa uma posição estratégica no comércio global por ser o maior produtor mundial de cobre e um dos principais fornecedores de lítio, insumo central para a indústria de baterias elétricas. O resultado eleitoral poderá influenciar a dinâmica diplomática entre o Chile, os EUA e a China, o maior parceiro comercial do Chile.
Esquerda tenta reagir à força da direita
Para analistas, a esquerda chilena vive o momento mais desafiador desde os protestos sociais de 2019, que levaram Gabriel Boric ao poder. Com o atual presidente impedido de concorrer, Jara tenta defender a agenda que marcou sua coligação, mas enfrenta um cenário em que propostas progressistas perderam espaço para questões de segurança e ordem pública.
Enquanto o Chile se prepara para decidir entre dois pólos ideológicos, a campanha que começa promete ser uma das mais intensas desde a redemocratização.
Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Céu | Canal 592 ao vivo | Canal 187 Olá | Operadores regionais
TV SINAL ABERTO: antena parabólica canal 562
ONLINE: www.timesbrasil.com.br | YouTube
Canais RÁPIDOS: Samsung TV Plus, canais LG, canais TCL, Pluto TV, Roku, Soul TV, Zapping | Novos fluxos