O Brasil deverá assumir um papel de liderança no mercado de financiamento sustentável na América Latina nos próximos anos, impulsionado por fatores econômicos e políticos e pela realização da COP30 em Belém. É o que aponta relatório divulgado pela Moody’s nesta terça-feira (4).
A América Latina e as Caraíbas estão altamente expostas a riscos ambientais e sociais, como fenómenos climáticos extremos, desflorestação e acesso desigual a serviços básicos. Esses fatores, segundo a agência, devem continuar a incentivar governos e empresas da região a buscarem instrumentos financeiros voltados ao desenvolvimento sustentável.
Apesar de um abrandamento na emissão de obrigações sustentáveis nos primeiros nove meses de 2025, a Moody’s avalia que a procura de financiamento destinado à resiliência climática, infraestruturas sociais e transição energética deverá apoiar a recuperação do mercado no médio e longo prazo.
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Setor público mantém papel de liderança
Segundo o relatório, os governos latino-americanos continuam a desempenhar um papel central na emissão de dívida sustentável. Atualmente, 14 países da região já possuem programas de títulos soberanos sustentáveis, uma tendência que deve continuar, acompanhada pela expansão de regras e taxonomias “verdes” para proporcionar mais transparência ao mercado.
Além dos governos, os bancos públicos de desenvolvimento devem continuar a ser agentes relevantes, tanto como emissores como no apoio técnico às empresas interessadas em financiar projetos sustentáveis.
A região também permanece na vanguarda dos instrumentos inovadores. Chile e Uruguai, por exemplo, lançaram os primeiros títulos soberanos vinculados a objetivos de sustentabilidade (SLBs), e espera-se que questões ligadas à economia oceânica (as chamadas “finanças azuis”) ganhem relevância.
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Por que o Brasil deve liderar
Segundo a Moody’s, o Brasil reúne condições particulares que o colocam em uma posição estratégica:
- Publicação da taxonomia sustentável nacional, que cria referências para definir o que pode ser considerado investimento verde;
- Planos amplos de desenvolvimento sustentável em discussão no governo;
- Incentivos financeiros, como o programa EcoInvest, direcionado aos mercados de crédito e de capitais;
- Peso do agronegócio, que abre espaço para projetos ligados aos biocombustíveis e ao uso sustentável da terra;
- Matriz energética baseada em energias renováveis, que privilegia novas tecnologias de baixo carbono, como o hidrogénio verde.
Com esses fatores, o país tende a se tornar um dos principais mercados emissores da região, tanto no setor público quanto no privado, segundo a agência.
“Atributos econômicos e políticos posicionam o Brasil como líder regional em financiamento sustentável de longo prazo”, afirmou a Moody’s no relatório.
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