O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse antes da reunião com Donald Trump na segunda -feira (18) que a Rússia não deve ser “concedida” por sua invasão, reagindo à pressão do líder dos EUA para a Ucrânia para fazer concessões em troca de paz.
A reunião, que também será assistida por líderes europeus, ocorre após a cúpula de sexta -feira entre Trump e o presidente russo Vladimir Putin, realizado no Alasca, que terminou sem acordo de cessar -fogo na guerra que durou quase três anos e meio.
Trump, que não insiste mais em um cessar -fogo imediato e agora fala de um acordo de paz definitivo depois de conversar com Putin, disse no domingo (17) que Zelensky poderia encerrar a guerra “quase imediatamente, se ele quiser”, mas isso, para a Ucrânia, “não tem retorno” na Crimeia e “nada para entrar na OTAN”.
Reações à pressão por concessões e contexto da reunião
Kiev e líderes europeus alertaram contra a idéia de fazer concessões políticas e territoriais à Rússia, cujo ataque à Ucrânia desde fevereiro de 2022 causou dezenas de milhares de mortes.
“A Rússia não pode ser concedida por participar desta guerra … e é Moscou que precisa ouvir a palavra: parar”, escreveu Zelensky em um post no Facebook ao amanhecer na segunda -feira (18).
De acordo com a Casa Branca, Trump e Zelensky devem se encontrar sozinhos, antes de receber os líderes do Reino Unido, França, Alemanha, Itália e Finlândia, bem como o chefe da OTAN, Mark Rutte, e o presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
A União Europeia informou que os líderes europeus também realizarão uma reunião preparatória com Zelensky antes de conversar com Trump.
Antes da reunião na segunda -feira (18), a China pediu que “todas as partes” chegassem a um acordo de paz “o mais rápido possível”.
Será a primeira visita de Zelensky a Washington desde o desacordo em fevereiro com Trump e o vice -presidente JD Vance, quando os dois criticaram o líder ucraniano por serem “ingratos”.
Intensificação de ataques russos à véspera das negociações
A Rússia manteve ataques à Ucrânia na véspera de novas conversas, lançando pelo menos 140 drones e quatro mísseis balísticos contra o país entre o final do domingo (17) e o início de segunda -feira (18), de acordo com a Força Aérea Ucraniana.
Um ataque russo com drones a um prédio residencial de cinco andares na cidade ucraniana de Kharkiv, pouco antes do amanhecer, matou pelo menos sete pessoas, incluindo uma criança de um ano e meio, segundo as autoridades.
Zelensky classificou os ataques como uma tentativa de “humilhar os esforços diplomáticos”.
Enquanto isso, os atentados ucranianos nas regiões de Kerson e Donetsk, ocupados pela Rússia, mataram duas pessoas, segundo as autoridades instaladas por Moscou.
Territórios em jogo
Atualmente, a Rússia ocupa um quinto do território ucraniano.
O Kremlin ligou à Crimeia em 2014, após um referendo considerado fraudulento por Kiev e o Ocidente, e fez o mesmo em 2022 com quatro regiões da Ucrânia – Donetsk, Kherson, Lugansk e Zaprizhia – mesmo sem controlar totalmente essas áreas.
A Rússia controla a Crimeia e tem quase total domínio sobre a região de Lugansk, mas não nas outras três regiões.
A Rússia sugeriu que poderia “congelar” a linha de frente nas regiões de Kherson e Zaporizehzia em troca do controle de áreas ainda não conquistadas em Donetsk e Lugansk.
Uma fonte que acompanhou um telefonema entre Trump e líderes europeus no sábado (16) disse à AFP que o presidente dos EUA estaria “inclinado a apoiar” essa proposta.
Mas Zelensky rejeitou repetidamente a idéia de doar território a Moscou e diz que é impedido pela constituição de desistir da Crimeia.
Yevgeniy Sosnovsky, fotógrafo da cidade de Mariupol atualmente ocupada, disse que “não conseguia entender” como a Ucrânia poderia entregar terras que ela ainda controla.
“A Ucrânia não pode desistir de nenhum território, nem mesmo os ocupados pela Rússia”, disse ele à AFP.
O enviado de Trump, Steve Witkoff, disse que Moscou fez “algumas concessões” sobre o território e que há uma “discussão importante sobre Donetsk e o que pode acontecer lá”.
“Esta discussão será detalhada especificamente na segunda -feira (18)”, disse ele à CNN, sem fornecer mais informações.
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Impactos diplomáticos e propostas futuras
Os Estados Unidos não impuseram novas sanções a Moscou, e a recepção calorosa se ofereceu a Putin no Alasca, em sua primeira visita ao Ocidente desde a invasão da Ucrânia em 2022, foi vista como uma vitória diplomática para a Rússia.
No entanto, Trump aumentou a possibilidade de dar à Ucrânia uma garantia de defesa coletiva semelhante à concedida aos membros da OTAN após o término da guerra.
Essa promessa estaria fora da Aliança Militar Ocidental que a Ucrânia deseja integrar e que a Rússia considera uma ameaça à sua existência.
Falando em Bruxelas na véspera da viagem dos EUA, Zelensky disse que estava ansioso para aprender mais sobre o que Putin e Trump discutiram no Alasca.
Ele também classificou como “histórico” a oferta dos Estados Unidos de garantias de segurança à Ucrânia.
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