O presidente de Federação de Agricultura e gado do estado de São Paulo (FAESP), Tirso Meirelles, expressou nesta sexta -feira (15) preocupação com o pacote de US $ 30 bilhões anunciado pelo governo federal, destacando riscos ao setor agrícola.
De acordo com Meirelles, é essencial que, embora o país reforça a negociação com os Estados Unidos, redirecione para programas de segurança alimentar, como almoço escolar, produtos perecíveis, “isso estragará se forem dependentes de um acordo”.
Embora a oferta de crédito possa aliviar os problemas de fluxo de caixa e manutenção de atividades, Meirelles alertou que as altas taxas de juros praticadas no Brasil tornam o endividamento um risco considerável.
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“Em um setor com longos ciclos de produção e sujeito a volatilidades climáticas e de mercado, o custo de capital caro pode comprometer a lucratividade, estendendo o tempo necessário para o investimento pagar e aumentar a exposição a riscos financeiros”, afirmou ele em comunicado.
O líder criticou a posição do governo na área diplomática, observando que as altas tarifas podem tornar inviáveis investimentos em infraestrutura, como estradas e armazenamento de colheita. “É necessário separar a política da economia e buscar uma solução que não penaliza os produtores, o importante pilar da economia nacional”, afirmou.
Meirelles também alertou sobre o efeito da “bola de neve” de que o endividamento da alta taxa de juros pode gerar se as exportações brasileiras sofrerem quedas prolongadas devido a barreiras comerciais. As margens apertadas podem dificultar o pagamento de parcelas, comprometendo a capacidade de investir e modernizar a produção. A incerteza sobre o que é anunciado e o que é efetivamente executado pelo governo aumenta ainda mais a preocupação do setor.
O presidente da FAESP também apontou que esse cenário pode afetar a competitividade do agronegócio brasileiro a médio e longo prazo.
“A necessidade de direcionar os recursos para o pagamento da dívida reduz a capacidade de adotar tecnologias, inovação e práticas sustentáveis, essenciais para enfrentar as novas demandas do mercado internacional”, afirmou.
Meirelles concluiu destacando a urgência da reforma administrativa para reduzir o interesse. “Temos a segunda maior taxa de juros do mundo, perdendo apenas para Türkiye. Isso afeta os investimentos no campo e, consequentemente, na vida dos produtores rurais”, disse ele.
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