O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galipolo, disse na segunda -feira (11) que o aumento das taxas impostas aleatoriamente pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros, conhecido como “tarifa”, pode se tornar um tipo de proteção para o país.
Segundo ele, o baixa dependência comercial do Brasil em relação ao mercado dos EUAAnteriormente visto como uma desvantagem, ele começou a funcionar como um amortecedor, disse durante uma palestra no Conselho Político e Social da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
Efeitos da inflação
Galipolo afirmou que o Comitê de Política Monetária (Copom) já havia incorporado, no equilíbrio de risco, parte dos impactos das tarifas anunciadas por Donald Trump, projetando perda de atividade econômica. Com uma sobretaxa de 50%, ele explicou que os questionários enviados aos economistas antes do copom que as reuniões indicam dois movimentos possíveis:
- Queda de preço de curto prazo – A redirecionamento de produtos exportados anteriormente para o mercado doméstico pode aumentar a oferta doméstica e pressionar os preços.
- Pressão inflacionária no médio prazo – Se as tensões comerciais provocarem a desvalorização da inflação real, a inflação pode aumentar.
Os impactos na atividade econômica, como perda de empregos nos setores exportadores, ainda não foram totalmente incorporados às projeções de mercado.
Seltic restritivo
Sobre a taxa de juros básica, Galipole descartou os cortes no curto prazo. Ele enfatizou que Selic foi elevado a 15% ao ano e permanecerá nesse nível “para garantir a convergência da inflação para a meta”. O BC, segundo ele, seguirá vigilantes aos indicadores antes de considerar flexibilidades.
Pix
Galipole também defendeu o PIX novamente como um serviço público, em meio à implementação futura do Pixt Pix. “As evoluções de pix mostram o quanto é importante: uma infraestrutura pública. Assim, é possível ter vários participantes nessa ‘rodovia'”, disse ele.
Harmonia
Em sua palestra, ele também afirmou que o BC não deve emitir mensagens diferentes das contidas na comunicação oficial para evitar ruídos no mercado. “Se você sair um sinal diferente do que está em comunicação, é porque eu me expressei mal”, disse ele, reforçando que o conselho atual está agindo de maneira integrada.
Ele comparou a gerência anterior da BC a “uma banda de jazz” com maior liberdade individual, enquanto hoje o desempenho se assemelha a “uma orquestra”, com harmonia entre os membros do Comitê de Políticas Monetárias (Copom). “Ajuda muitas pessoas com inteligência emocional, focadas na função de cumprir o mandato, não chamar a atenção”, acrescentou.
O discurso, realizado na Associação Comercial de São Paulo, tinha um tom mais institucional e focado em uma visão histórica e estrutural do BC, sem grandes sinais sobre interesse, inflação ou economia. Galipolo apontou que a principal agenda dos próximos anos será “normalizar a política monetária”, ou seja, obter o mesmo efeito no controle da inflação com doses de interesse mais baixas. Ele também mencionou a “idiossincrasia” da economia brasileira, que mantém baixo desemprego e dinamismo, mesmo com altas taxas de juros.
Contexto histórico e desafios internos
O presidente do BC fez uma visão geral dos últimos 100 anos da economia brasileira, citando a transição de uma economia rural e agro -exportação para uma industrializada entre 1930 e 1980, o período de alta inflação nas décadas de 1980 e 1990 e estabilização com o plano real. Ele relatou conversas com ex -presidentes do BC, como a Arida Persa, e as barreiras legais enfrentadas antes da adoção do real.
Galipolo enfatizou que a comunicação precisa ser clara, mesmo que isso comprometa o “estilo” de escrever, citando a expressão usada nos últimos minutos – “continuação da interrupção” – para explicar que o BC mantém a ruptura nos cortes de juros enquanto avalia os sinais da economia.
Observações sobre o cenário externo
Na parte final do discurso, Galipolo trouxe comentários sobre mudanças recentes no comportamento dos mercados internacionais. Ele mencionou episódios nos quais choques externos – como a remoção de tarifas ou conflitos geopolíticos – não geraram a valorização do dólar normalmente observado em períodos de aversão ao risco. Segundo ele, esse movimento pode estar ligado ao fato de que alguns choques se originaram nos Estados Unidos, juntamente com a busca por investidores de proteção de moeda, mantendo uma posição em ativos americanos, especialmente em setores como inteligência artificial.
“Hoje é muito difícil investir em inteligência artificial e ficar fora do mercado dos EUA”, disse ele, observando que o apetite ativo dos EUA permanece alto, mas acompanhado por estratégias para mitigar os riscos cambiais.
Economia doméstica
Voltando ao cenário interno, Galipolo afirmou que o BC vê mais claramente os canais de transmissão da política monetária agindo em crédito, enquanto o mercado de trabalho permanece resiliente. Ele considerou que, nesse contexto, a economia tende a apresentar sinais contraditórios sem comportamento uniforme.
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