A sobretaxa de 50% que os Estados Unidos anunciaram sobre produtos brasileiros gerou convulsões no setor bancário. Segundo Leandro Vilain, CEO da Associação Brasileira de Bancos (ABBC)O sistema financeiro segue cuidadosamente os impactos da medida, programado para entrar em vigor em 1º de agosto.
Em uma entrevista com Times Brasil JournalVilain afirmou que os bancos monitoram de perto os desenvolvimentos e que os efeitos devem estar mais concentrados em setores específicos, como o agronegócio e a indústria aeronáutica. “Esses são setores robustos, capazes de encontrar novos saldos”, disse ele.
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Apesar da preocupação, o CEO da ABBC disse que acreditava que o diálogo entre os governos do Brasil e os EUA prevalecerá. “Estamos otimistas de que pode haver um acordo antes de agosto”, disse ele. Ele também enfatizou que as taxas geram distorções econômicas não apenas no Brasil, mas também nos Estados Unidos, e poderiam pressionar os preços internos e causar mudanças nas cadeias de fornecedores.
A medida não deve afetar o interesse
Vilain avaliou que, mesmo com a tensão tarifária, não há razão para o banco central alterar a política monetária a curto prazo. “Na economia média, o peso das exportações brasileiras para os EUA não é suficiente para gerar pressão inflacionária ou de moeda que justifica o aumento das taxas de juros”, disse ele.
Segundo ele, parte da produção afetada pode ser redirecionada para outros mercados ou absorvida internamente, criando um efeito de compensação.
Os bancos podem apoiar os setores afetados
Questionado sobre o papel do sistema financeiro, Vilain afirmou que os bancos estão cientes das demandas de financiamento de exportação e manutenção de linhas de crédito para os setores mais expostos. “Estamos falando de setores com estrutura sólida, que devem resistir a qualquer pressões de curto prazo”, disse ele.
Nova plataforma para duplicatas deve aumentar o crédito
Durante a entrevista, o CEO da ABBC também apresentou uma nova plataforma de contabilidade duplicada, desenvolvida com base nas resoluções bancárias centrais de 2020 e 2023. A ferramenta permite registrar eletronicamente os recebíveis das empresas, oferecendo mais segurança, padronização e transparência ao sistema.
Segundo Vilain, a plataforma facilita a antecipação do crédito, reduz os custos de inadimplência e operacional, além de permitir taxas mais baixas para as empresas. “O saldo atual das primeiras duplicatas no Brasil é de cerca de US $ 300 bilhões. Com a nova estrutura, o potencial é chegar a trilhões de reais”, disse ele.
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