O ex -ministro da Agricultura e Professor Emérito da Fundação Getulio Vargas (FGV), Roberto Rodrigues, avaliou na terça -feira (1º) o anúncio do plano de colheita e apontou preocupações sobre a redução de recursos para o seguro rural e o impacto das taxas de juros no setor.
Durante a entrevista com o programa Radarde Times Brasil – CNBC exclusivo licenciadoRodrigues argumentou que o governo federal analisa as prioridades para garantir a estabilidade econômica do campo e evitar reflexos negativos na economia urbana.
“Não é inteligente não ter seguro rural. Isso estabiliza a renda do produtor e evita o efeito dominó no setor urbano”, disse o ex -ministro. Segundo ele, a ausência de uma apólice de seguro sólida aumenta o risco de inadimplência entre os produtores em casos de desastres climáticos e força o tesouro a assumir dívidas.
Fundos abaixo da inflação e altas taxas de juros
Rodrigues reconheceu que o volume de recursos anunciados para o plano de colheita teve um aumento nominal de 1,5% em relação à colheita anterior, mas lembrou que a inflação acumulada excede 5% nos últimos 12 meses. “O volume de recursos é menor em termos reais do que no ano passado. É uma pena, porque a relação entre crédito e produção é direta”, disse ele.
O professor também alertou sobre o peso das taxas de juros na lucratividade do agronegócio. Embora abaixo de Selic, os juros acusados de financiamento agrícola foram classificados por ele como UPS para o setor. “A taxa de juros é um elemento central para o custo da produção. Se dois pontos aumentarem, 20% da lucratividade do produtor cai”, explicou.
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Seguro rural e investimento
O ex -ministro criticou o corte de fundos para o seguro rural. De acordo com Rodrigues, a Confederação da Agricultura e o gado do Brasil (CNA) reivindicaram R $ 4 bilhões para este item, enquanto a frente parlamentar da agricultura (FPA) sugeriu 1% do volume total de crédito, o equivalente a R $ 5 bilhões. No entanto, a previsão já caiu de US $ 1 bilhão para quase a metade.
Para Rodrigues, a decisão do governo de não fornecer valores para o seguro rural no próximo ano foi um erro estratégico. “Isso é mais caro depois, porque o tesouro acaba ampliando dívidas e danos causados”, disse ele. Ele reconheceu que o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, defendeu o aumento dos recursos, mas perdeu a disputa interna.
Em relação aos recursos de custo, o ex -ministro considerou o aumento do aumento de insumos naturais. Por outro lado, avaliou como negativo a redução dos valores de investimento, que afeta a modernização do parque de máquinas e, consequentemente, a produtividade. “A modernização das máquinas é essencial e permanente. A máquina antiga perde grãos, consome mais combustível e torna a operação mais cara”, explicou ele.
Renovar agro -ambiental e tributação de LCAs
O professor emérito da FGV também comentou sobre a expansão do renovar agro -ambiental, que terá recursos para ações como combate a incêndios e recuperação de áreas protegidas. Para ele, a iniciativa é positiva, mas depende do volume de recursos para ter um impacto efetivo. “A ideia é boa, o resultado dependerá da execução”, disse ele.
Questionado sobre a proposta de tributação de cartas de crédito do agronegócio (LCA), o ex -ministro era oposto. O criador do instrumento em 2004, ele lembrou que os LCAs hoje representam 43% do financiamento rural. “Se o imposto reduzirá o investidor e os recursos para a agricultura”, concluiu.
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