A decisão de Donald Trump de declarar o encerramento do espaço aéreo da Venezuela provocou uma reação imediata de Caracas e do presidente da Colômbia, Gustavo Petro. As declarações do líder americano, feitas neste sábado (29) na plataforma Truth Social, reacenderam a tensão diplomática entre Washington e os governos da região.
A Venezuela chamou o alerta de “ameaça colonialista”, enquanto Petro questionou publicamente a legalidade internacional da medida.
Caracas acusa Washington de violar a soberania
Num comunicado divulgado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Yván Gil, o governo Maduro rejeitou o alerta americano e classificou a mensagem como um “ato hostil”. Segundo Caracas, os EUA pretendem impor pressão política utilizando argumentos de segurança aérea.
A nota cita o artigo 1º da Convenção de Chicago de 1944, que estabelece a soberania dos Estados sobre o espaço aéreo dos seus territórios. O governo venezuelano afirmou que não reconhecerá “ordens, ameaças ou interferências” vindas de Washington.
Caracas acusou ainda os Estados Unidos de interromperem os voos de deportação que vinham ocorrendo ao longo do ano, cerca de 75 operações em 2025 envolvendo quase 14 mil venezuelanos.
Petro questiona legitimidade do fechamento do espaço aéreo
A reação colombiana veio poucas horas depois. Petro criticou a iniciativa e, sem citar Trump diretamente, levantou dúvidas sobre a base jurídica da decisão.
“Quero saber sob qual norma de direito internacional um presidente de um país pode fechar o espaço aéreo de outro”, escreveu em X. Para ele, orientações desse tipo violam o princípio da soberania nacional e colocam em dúvida a autoridade da Oaci, órgão responsável pela regulação da aviação civil.
Petro também publicou a mesma mensagem no perfil oficial da Celac, entidade que preside, estendendo o tom de alerta ao restante da região.
A escalada ocorre em meio ao aumento da presença militar dos EUA
O aviso de Trump veio depois de as autoridades de aviação dos EUA terem recomendado que os aviões civis evitassem o espaço aéreo venezuelano devido ao aumento da actividade militar nas Caraíbas. O país enviou o porta-aviões USS Gerald R. Ford, aviões de combate e milhares de soldados para operações contra o tráfico de drogas.
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A recomendação já havia levado grandes empresas – Iberia, TAP, Avianca, Latam Colombia, GOL e Turkish Airlines – a suspender voos para a Venezuela. Em resposta, o governo venezuelano revogou as licenças das empresas.
Clima de tensão regional após fechamento do espaço aéreo
Trump ampliou o impacto da medida ao dirigir o seu alerta às companhias aéreas, pilotos e traficantes de drogas, afirmando que o espaço aéreo sobre e ao redor da Venezuela deveria ser considerado “totalmente fechado”.
Maduro pediu às organizações multilaterais que condenem a postura norte-americana, que classifica como uma ameaça à paz nas Caraíbas e no norte da América do Sul.

Diplomatas da região avaliam que o episódio poderá gerar novos acontecimentos nas próximas semanas, especialmente se houver reforço adicional da presença militar dos EUA em torno da Venezuela.
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