O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, disse que o Brasil espera “logo formalizar” o acordo entre Mercosur e a União Europeia, com foco na exportação de alimentos sem barreiras tarifárias, em entrevista à estação EBC em torno da cúpula do BRICS. “O multilateralismo é o melhor caminho para o comércio global”, disse ele, criticando políticas protecionistas como as tarifas dos EUA, que ele disse acabar gerando inflação para sua própria população.
Fávaro apontou que o Brasil está expandindo sua presença em debates internacionais e defendeu a qualidade sanitária dos produtos agrícolas brasileiros. “Não está comemorando a crise, mas queremos mostrar a robustez do Brasil”, disse ele, comentando os avanços no controle da gripe aviária e a recente conquista do selo do país livre de pai concedido pela OMSA.
Avanços no mercado de carne
Em relação à carne de frango, o ministro disse que apenas nove países ainda mantêm restrições às exportações brasileiras, incluindo a China. “Queremos diminuir esse número, provando a segurança da carne brasileira”, disse ele, acrescentando que negocia com Pequim a reabertura total do mercado.
Sobre a carne bovina, o foco do governo é expandir a rastreabilidade de todo o rebanho nacional. A medida, de acordo com Fávaro, é estratégica para ampliar a confiança dos importadores em toda a cadeia de produção, incluindo couro e derivativos.
Meio ambiente e biocombustíveis
Fávaro também comentou o papel do Brasil na transição verde. Ele citou o código florestal e os investimentos em biocombustíveis como exemplos de políticas que reconciliam a produção e a sustentabilidade. “Estamos no caminho certo”, disse ele.
Lula quer assinar o acordo em 2025
A expectativa do ministro reforça o compromisso já expresso pelo Presidente Luiz Inacio Lula da Silva. Durante um discurso em Paris, Lula disse que pretende assinar o acordo entre Mercosur e a União Europeia até dezembro, durante sua presidência temporária no bloco sul -americano. Na época, Lula defendeu a expansão do comércio bilateral e criticou o protecionismo, observando que o multilateralismo é fundamental para enfrentar as crises atuais.
Leia mais sobre o discurso de Lula em Paris
A Itália declara apoio, mas com reservas do setor agrícola
Além do Brasil, a Itália também sinalizou apoio ao acordo entre Mercosur e a União Europeia, mas com advertências. O governo italiano reafirmou seu apoio ao tratado, desde que as demandas de proteção da agricultura local, especialmente em relação a produtos sensíveis.
O país enfatizou que está ciente das cláusulas ambientais do acordo e da necessidade de manter padrões estritos de qualidade e rastreabilidade de alimentos importados.
Veja a posição oficial da Itália no contrato Mercosur – UE
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